
Manaus tem recebido muitos imigrantes (Foto: Evaristo Sá/AFP/Getty Images)
Primeira grande cidade brasileira na fronteira do Norte do Brasil, Manaus tem recebido muitos imigrantes, principalmente, depois do agravamento da crise econômica, a repressão e o aumento da violência no Haiti e na Venezuela. Isso tem feito com que um número cada vez maior de pessoas deixe o país de origem.
Depois do fluxo contínuo de imigrantes haitianos, que, de Manaus, se espalharam pelo resto do país, agora é a vez de venezuelanos ocuparem as ruas e os espaços públicos em busca de sobrevivência.

Yorseily Villarroel, vende picolés em Manaus para ajudar a família em dificuldades no país de origem (Foto: Divulgação)
Em meio às dificuldades está a jovem venezuelana Yorseily Villarroel, 22, que vende picolé no Terminal de Integração 2 (T2), no bairro Cachoeirinha, Zona Sul da capital. O sorriso e a simpatia são contagiantes por onde passa e a beleza com certeza é o atributo que mais chama a atenção à primeira vista.
Fugindo da crise política e econômica do país de origem, Yorseily veio para a capital amazonense em busca de melhores condições de sobrevivência. Sozinha, o objetivo da jovem é conseguir dinheiro para ajudar a família.
Depois da repercussão que teve nas redes sociais, Yorseily ficou impressionada com tanta euforia por vender picolé. Segundo ela, vender picolé na Venezuela é normal.
“No meu país, a beleza é algo comum, mas isso não é usado como desculpa para se omitir do trabalho, mesmo vendendo picolé. Como sou bonita, meus amigos sempre opinam que não deveria ficar vendendo nada por aí. Mas eu penso ao contrário. Eu tenho muita vontade de lutar e quero conseguir adiante um futuro melhor e ajudar as pessoas que amo”, disse ao conceder entrevista para um portal de notícias.
Com trabalhos diários das 9h às 16h, a jovem de uma história de superação impressionante, recebeu um convite feito pela empresária Vânia Silva, que deve ser o início da mudança de vida que tanta almeja. A empresária foi ao terminal oferecer um trabalho de carteira assassinada entre outros benefícios sociais.
Entre o final de março e o início de maio de 2017 foram 5.436 pedidos de refúgios, as mulheres representam 36% do total, mais do que o dobro dos 13% registrados em 2013, segundo dados do Ministério da Justiça.
Atualmente, estrangeiros como haitianos e venezuelanos têm contribuído para o crescimento de pequenos pontos de vendas como barracas improvisadas de frutas, eletroeletrônicos e confecções espalhadas.