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Prefeitura de Manaus só agiu após tragédia com grávida

Mortes expõem falência da gestão e forçam tapa-buracos; vias seguem perigosas

Prefeitura de Manaus só agiu após tragédia com grávida

Prefeitura corre para tapar buracos em Manaus (Foto: Josemar Antunes)

Manaus (AM)Foi preciso perder duas vidas para a Prefeitura de Manaus se mexer. Apenas três dias após o trágico acidente que matou a biomédica Giovana Ribeiro da Silva, de 29 anos, grávida de sete meses, e sua filha, Maria Carolina, a gestão de David Almeida (Avante) acelerou operações de tapa-buracos pela cidade. A movimentação repentina da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) nesta quarta-feira (26) é vista como uma resposta tardia e oportunista.

Entre as vias que receberam reparos às pressas estão trechos da Avenida Cosme Ferreira, nos bairros Coroado e Zumbi dos Palmares 2, ambos na Zona Leste. Mas o serviço não convence. Vídeos e relatos mostram buracos sendo tapados de forma improvisada, sem recapeamento adequado, sinalização ou planejamento duradouro.

(Foto: Josemar Antunes)

A tragédia na Avenida Djalma Batista, onde Giovana morreu após cair com o marido em uma cratera no asfalto, escancarou o caos da infraestrutura manauara. Moradores afirmam que o buraco já existia há semanas sem qualquer intervenção da prefeitura.

“Agora estão tampando buraco como se fosse favor. Cadê o prefeito antes da morte?”, questionou um morador indignado.

Outros acidentes ocorreram em sequência. Na terça-feira (24), um motociclista caiu em outro buraco no Rapidão Rodoanel. Na segunda (23), um carro afundou em uma cratera no bairro Redenção. Em frente à UPA do Campos Sales, outro veículo foi engolido por um buraco.

A cidade afunda, o prefeito se cala

O silêncio de David Almeida após a morte da grávida revoltou a população e figuras públicas. O vereador Rodrigo Guedes (PP) afirmou que “não faltou dinheiro, faltou vergonha na cara”, ao lembrar que a gestão movimentou R$ 30 bilhões em quatro anos.

Já o irmão do prefeito, o deputado estadual Daniel Almeida (Avante), foi ainda mais polêmico ao classificar as críticas como “alarde”. A fala insensível inflamou a revolta popular e foi recebida com vaias na Assembleia Legislativa do Amazonas.

“Alarde porque não foi sua mulher nem sua filha que morreu”, disse uma internauta.

Buracos da omissão

(Foto: Josemar Antunes)

Com orçamento de R$ 881 milhões apenas para infraestrutura em 2025, a prefeitura não tem desculpas. A resposta reativa a mortes evitáveis evidencia o fracasso da política pública de prevenção, e reforça a imagem de uma gestão que privilegia o marketing em detrimento da segurança da população.

“O buraco estava lá crescendo. Já era adolescente. Agora que matou, viraram adultos e taparam?”, ironizou um motorista em vídeo viral nas redes.

Indignação cresce nas ruas

Diante do descaso, uma manifestação está sendo organizada para o dia 30 de junho, exigindo providências da prefeitura e cobrando responsabilidade dos vereadores da base aliada. O sentimento é claro: os manauaras estão cansados de promessas e exigem segurança e respeito.

Enquanto isso, o asfalto segue cedendo, e as vidas continuam em risco. A cidade, abandonada por quem deveria cuidar dela, conta seus mortos — enquanto o prefeito evita até um pronunciamento.

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