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Polícia

Jovem morta era garota de programa e traficante de drogas sintéticas

Durante os procedimentos, os familiares relataram que Ana Beatriz se envolveu com umas “pessoas da pesada”, que são ligadas a atividades ilícitas.

Ana Beatriz foi morta com oito tiros no rosto e peito (Foto: Reprodução)

ManausAna Beatriz Vieira Lacerda, de 18 anos, conhecida nas redes sociais como “Bia Viera” ou “Delta”, que foi encontrada morta na madrugada deste domingo (2), era garota de programa e traficantes de drogas sintéticas. A revelação foi confirmada pela família da jovem em depoimento na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

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De acordo com a especializada, o crime, a princípio, está sendo tratado como homicídio, mas ainda é cedo para dar detalhes concretos sobre a morte da jovem executada com oito tiros no rosto e peito. O avô e a mãe da vítima, que não tiveram os nomes revelados, confirmaram que Ana Beatriz começou a se prostituir quando ainda era menor de idade.

Ana Beatriz visitava casas de striptease para conseguir clientes (Foto: Reprodução)

Durante os procedimentos, os familiares relataram que Ana Beatriz se envolveu com umas “pessoas da pesada”, que são ligadas a atividades ilícitas. A partir disso, a jovem também passou a frequentar casas noturnas de Manaus, entre elas, as denominadas festas rave e a boate de striptease Remulo’s Beer, situado na Rua Lobo D’Almada, no bairro Centro, na Zona Sul.

Fernanda Caroline foi morta com quatro tiros (Foto: Reprodução)

Essa mudança de comportamento se deu após Ana Beatriz conhecer Fernanda Caroline Chaves Pinho, de 25 anos, conhecida como “Barbie do Tráfico” ou “Bárbara Carolina”, que foi assassinada com quatro tiros na noite do dia 23 de setembro do ano passado.

Fernanda estava na casa de shows Remulo’s Beer, quando recebeu uma ligação misteriosa. Ao chegar no encontro marcado, a jovem foi surpreendida por um homem que estava a pé. Ela foi atingida com disparos à queima-roupa e morreu na hora.

Fernanda morreu após receber uma ligação misteriosa (Foto: Arquivo/Diário Manauara)

Após a morte da amiga, Ana Beatriz continuou o seu destino usando drogas, fazendo novas amizades e visitando casas de prostituição no Centro da capital para conseguir clientes. Inserida na família de classe média, ela também se dedicava a um curso de supletivo para terminar os estudos.

Investigações

Após o depoimento de familiares e de pessoas que conheciam Ana Beatriz, a equipe da DEHS trata o assassinato ligado à briga de facções ou acerto de contas relacionado ao tráfico de drogas.

Ao sair de casa, no bairro Adrianópolis, na Zona Centro-Sul da capital, Ana Beatriz informou aos avós que iria a uma festa no bairro Parque Dez de Novembro, na mesma zona.

Pelo celular do avô, Ana Beatriz solicitou um transporte de passageiros por aplicativos. Entretanto, segundo a polícia, ela mudou o destino e seguiu para a boate Remulo’s Beer. À polícia, um representante do estabelecimento informou que a jovem não era funcionária e apenas frequentava o lugar para arranjar clientes. 

Com bases nessas informações, a equipe da DEHS irá analisar as imagens de câmeras de segurança nas proximidades da casa de striptease e também do Condomínio Vila Gaia, na Rua Waldemar Jardim Maués, no Colônia Japonesa, bairro Novo Aleixo, na Zona Norte.

A jovem foi executada em frente de uma residência com tiros de pistola. Na ocasião, um vigilante presenciou um carro, modelo HB20, de cor cinza, de placa não identificada, deixando o local em alta velocidade. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda foi acionado, mas a jovem não resistiu aos ferimentos.

Pelas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a morte de Ana Beatriz com vários comentários de carinho e admiração. Ana Beatriz é a nona mulher assassinada nos primeiros meses de 2020 em Manaus. Em janeiro deste ano, 117 mortes violentas foram registradas, número que superou os 69 assassinatos do mesmo período do ano passado.