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Polícia

Bebê de cinco meses que estava desaparecida é encontrada na Zona Leste de Manaus

A auxiliar de serviços gerais relatou que a criança foi entregue à ela pela própria mãe (Foto: Erlon Rodrigues/PC)

A delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), falou no início da tarde desta quarta-feira (27), por volta de meio-dia e meia, durante coletiva de imprensa realizada no prédio da unidade policial, sobre a elucidação do desaparecimento da bebê de cinco meses Ana Beatriz Freitas Marques.

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De acordo com a autoridade policial, as investigações em torno caso iniciaram na última sexta-feira, dia 22, quando representantes do Conselho Tutelar da zona Sul estiveram na unidade policial para comunicar o sumiço da bebê há aproximadamente dois meses, nas proximidades da orla da Manaus Moderna, no bairro Centro, zona Sul da cidade.

“Membros do Conselho Tutelar da zona Sul nos relataram que a mãe da bebê seria uma espécie de moradora de rua, identificada como Ana Alice de Freitas Marques, 35, que não estava mais sendo vista com essa bebê. Então começamos a tratar como um caso de desaparecimento. Ao longo de todo o dia de ontem realizamos diligências ininterruptas com o intuito de encontrarmos a criança e a mãe, porque a mulher precisava ser responsabilizada e, também, prestar esclarecimentos acerca do sumiço da filha”, explicou Tuma.

Tuma informou que Ana Alice admitiu que havia trocado a filha dela por uma dose de bebida alcoólica (Foto: Erlon Rodrigues/PC)

Conforme a delegada, a equipe da Depca encontrou Ana Alice na terça-feira, dia 26. A mulher foi conduzida à especializada, onde relatou, inicialmente, que teria sofrido um ataque epilético e, por conta disso, uma pessoa teria levado a filha dela. Em seguida a mulher afirmou que havia trocado a filha por uma dose de cachaça e que a bebê estaria com um casal de moradores de rua.

“Realizamos novas diligências e confrontamos ela com informações dos moradores daquela área. Finalmente Ana Alice admitiu que realmente havia trocado a filha dela por uma dose de bebida alcoólica, mas ela não sabia para quem. A partir daí solicitamos o apoio da Assessoria de Imprensa da Polícia Civil para divulgar as imagens dessa bebê à imprensa local, para que as pessoas que soubessem de alguma informação sobre o paradeiro da bebê nos ajudassem a encontrar Ana Beatriz”, disse a autoridade policial.

Segundo a delegada, na manhã de hoje, por volta das 8h30, a auxiliar de serviços gerais Rosilene da Costa Assunção, 32, esteve na especializada para informar que estava com Ana Beatriz. As equipe da unidade policial se deslocaram até a residência de Rosilene, na Comunidade Nova Vitória, bairro Gilberto Mestrinho, zona Leste da cidade, e levaram a bebê para a especializada, para os procedimentos cabíveis.

A auxiliar de serviços gerais relatou que a criança foi entregue à ela pela própria mãe, há cerca de dois meses. Rosilene ressaltou que na ocasião a bebê estava chorando de fome, em estado de subnutrição e, ainda, que Ana Alice estava oferecendo a filha para as pessoas que moravam ou trabalhavam no bairro Centro. Muito emocionada, a auxiliar de serviços gerais disse como tudo aconteceu.

“Ela (Ana Alice) me entregou a bebê espontaneamente. A mulher estava embriagada. A neném estava com um hematoma no rosto porque a mãe tinha caído com ela. A bebê estava chorando muito e com fome. Eu a levei pra casa e passei a cuidar dela como se fosse minha filha. Quando eu ouvi que a polícia estava procurando uma criança, com a idade dela, eu fui até a delegacia. Eu e todos da minha família chamam a neném de Maria Vitória, pois ela é uma vitoriosa. Durante esse tempo em que ela esteve comigo eu sempre procurei a mãe da menina para que ele me passasse a guarda da Vitória de forma legal, mas eu não a encontrei mais”, declarou Rosilene.

Ao longo da coletiva, a delegada Juliana Tuma informou que toda família de Rosilene já tinha criado um vínculo afetivo com a bebê. “A criança estava sendo bem tratada com a família de Rosilene, mas é importante que a gente deixe claro que não é possível esse tipo de situação, é necessário regulamentar a guarda. Rosilene será orientada a entrar com pedido de guarda temporária e, posteriormente, por intermédio da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), aguardar o processo de adoção. Enquanto isso, a bebê será levada para um serviço de acolhimento institucional”, explicou a titular da Depca.

Para finalizar, Tuma informou que Ana Alice foi indiciada por prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa, crime previsto no Artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Com informações da assessoria