
O veículo colidiu em um buraco profundo (Foto: Divulgação)
Manaus (AM) – A irresponsabilidade da gestão municipal provocou mais uma tragédia nas ruas de Manaus. Geovana Ribeiro da Silva, de 29 anos, morreu na noite deste domingo (22), após o marido colidir a motocicleta em um buraco profundo na avenida Djalma Batista, Zona Centro-Sul. O bebê que ela esperava, com sete meses de gestação, também não resistiu.
Segundo a perícia criminal do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), o buraco – que já havia sido alvo de denúncias por moradores e comerciantes – tinha 17 cm de profundidade e segue sem reparos pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf). Com o impacto, Jeovana foi arremessada e colidiu violentamente contra uma árvore. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas constatou a morte da mãe e do feto no local.
A avenida Djalma Batista, uma das mais movimentadas da cidade, é só um exemplo de vias completamente abandonadas pelo prefeito David Almeida, que, após a reeleição, parece mais focado em articulações políticas para 2026 do que em resolver os problemas urgentes da cidade.
Enquanto David Almeida busca viabilizar sua candidatura ao Governo do Amazonas e gasta energia com disputas partidárias, a população paga o preço do descaso. Manaus está tomada por buracos, lixo, escuridão e mortes evitáveis.
Famílias destruídas, vias esburacadas e promessas de campanha esquecidas. Até quando a vida dos manauaras será deixada de lado por uma gestão que só pensa no poder?
Cobiça de David Almeida em 2025
Reeleito com mais de 576 mil votos, David Almeida (Avante) inicia, em 2025, seu segundo mandato à frente da Prefeitura de Manaus ainda de olho em um sonho maior: governar o Amazonas. David Almeida (Avante) conquistou nas urnas, em 2024, o direito de comandar Manaus por mais quatro anos — mas o que fará com esse voto de confiança ainda é uma grande interrogação para quem observa a rotina da capital.
Apesar de projetos promissores, como a futura Cidade do Autista e o primeiro hospital municipal, a gestão de David Almeida ainda patina em gargalos básicos que o prefeito insiste em adiar ou contornar com discursos bem ensaiados. Para sustentar seu projeto político de alcançar o Palácio do Governo em 2026, Almeida precisará melhorar o diálogo com servidores, rodoviários e professores, categorias que encerram o ano com insatisfação por reajustes e acordos não cumpridos.
Além disso, o prefeito segue equilibrando-se entre alianças opostas — de lulistas a bolsonaristas — estratégia que, embora eficaz no curto prazo, exige coerência para que Manaus não siga refém de disputas de grupos tradicionais que dominam o cenário político local. Diante da cobiça escancarada, a capital amazonense precisa de gestão técnica, menos barganhas partidárias e mais resultados práticos, principalmente na segurança pública municipal, na rede básica de saúde e no sistema de transporte coletivo, problemas que impactam diretamente a vida da população.
Mesmo sonhando alto em ser governador do Amazonas em 2026, David Almeida segue preso ao mesmo jogo de alianças que engessa a política local há décadas: de um lado, abraçado a caciques como Eduardo Braga e Omar Aziz; de outro, mantendo relações institucionais mornas com Wilson Lima, seu ex-aliado bolsonarista. Essa dança de alianças pode garantir votos, mas não garante solução para ruas esburacadas, unidades de saúde lotadas e professores insatisfeitos.
O prefeito encerra 2024 devendo à cidade um plano mais claro para a segurança pública, promessa de novos guardas municipais que segue no papel, e relações estremecidas com servidores que, sem valorização, mantêm a capital refém de greves e paralisações. É preciso mais coragem para enfrentar o caos no transporte coletivo e a crônica ineficiência do atendimento básico de saúde — desafios que não se resolvem só com promessas para a imprensa.
Manaus precisa de resultados concretos e de uma gestão municipa que priorize o cidadão antes da próxima disputa eleitoral. Até agora, o discurso ainda é maior que a entrega.
Nota de pesar — Diário Manauara
O Diário Manauara manifesta profundo pesar e solidariedade aos familiares e amigos da jovem mãe que perdeu a vida de forma tão trágica e precoce, vítima de uma circunstância que, lamentavelmente, também expõe fragilidades na gestão municipal e na fiscalização de políticas públicas essenciais à proteção da sociedade.
Nenhuma família deveria enfrentar uma dor tão imensa, ainda mais quando poderia ter sido evitada com medidas de prevenção, orientação e controle de riscos. É dever do poder público assegurar segurança, informação e condições dignas de convivência para todos, em especial para as crianças, que dependem da atenção e do cuidado coletivo.
Neste momento de luto, prestamos nossas condolências à família enlutada, desejando força para enfrentar esta perda irreparável. Que esta tragédia sirva de alerta para que gestores assumam sua responsabilidade de fato, colocando a vida e o bem-estar da população acima de interesses políticos ou promessas não cumpridas.
Diário Manauara — compromisso com a informação e respeito pela vida.