Moradores improvisaram para alertar sobre buracos na via (Foto: Josemar Antunes)
Manaus (AM) – Enquanto o prefeito David Almeida afirma publicamente que não há buracos nas ruas de Manaus, a realidade nas comunidades segue bem diferente. Na alameda Cosme Ferreira, no bairro Zumbi dos Palmares 2, Zona Leste da capital, moradores precisaram interditar parte da via por conta da precariedade do asfalto e da presença de grandes crateras que colocam em risco motoristas e pedestres.
Cansados de esperar por soluções do poder público, os próprios moradores instalaram uma placa improvisada com a palavra “Pare”, alertando motoristas sobre o trecho danificado da pista. A medida foi tomada para evitar acidentes, já que os buracos têm aumentado de tamanho com o tráfego constante e as chuvas.
A situação expõe um contraste gritante com a declaração recente do prefeito David Almeida. Durante uma coletiva de imprensa realizada para anunciar o reajuste na tarifa de ônibus, o chefe do Executivo municipal chegou a afirmar que “não há buracos” nas ruas da cidade e que estaria sendo alvo de ataques por parte da oposição.
“Isso é discurso político. Quem fala de buraco é porque quer me atingir”, disse o prefeito, em tom de indignação.
Entretanto, para quem vive nas periferias da cidade — especialmente nas zonas mais afastadas como a Leste — os buracos são parte do cotidiano. Moradores relatam prejuízos com veículos danificados, acidentes e falta de resposta por parte da prefeitura, mesmo após inúmeros pedidos de reparo feitos por canais oficiais.
“É um descaso total. Quando chove, a gente não vê onde começa ou termina o buraco. Só quem passa aqui todo dia sabe o perigo que é. Mas o prefeito diz que não tem buraco? Vem ver aqui então”, desabafa Renata Oliveira, comerciante e moradora da área há mais de 10 anos.
(Foto: Josemar Antunes)
O problema dos buracos em Manaus não é novo, mas a negação pública do prefeito gerou revolta nas redes sociais e alimentou críticas sobre o distanciamento da atual gestão em relação à realidade dos bairros.
Enquanto isso, a placa improvisada segue no meio da pista da alameda Cosme Ferreira. Não como uma solução, mas como mais um símbolo do abandono.
