
Ramon foi preso no bairro Bordas da Chapada, em Cuiabá (Foto: Divulgação)
Cuiabá (MT) – Com extensa ficha criminal, Ramon Salazar da Silva, 29, vulgo “Pombo”, um dos suspeitos de assassinar o pedreiro e motorista de transportes por aplicativos Francisco de Oliveira Lemos, 41, conhecido como “Kinho”, foi preso durante trabalho integrado entre as Polícias Civil de Mato Grosso e Amazonas, na tarde de quarta-feira (24). Ele foi localizado por policiais da Gerência Estadual de Polinter e Capturas (Gepol), em uma casa no bairro Bordas da Chapada, em Cuiabá, capital do estado matogrossense.
Durante os procedimentos, Ramon apresentou um documento de identidade falso. Conforme o Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp) e Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Ramon possui sentença condenatória por homicídio. Ele também é responsável por outro assassinato e por uma das maiores rebeliões que aconteceram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), na capital amazonense.
Mesmo com extensa ficha criminal e considerado de altíssima periculosidade, o Poder Judiciário do Amazonas concedeu o benefício de prisão domiciliar por conta da pandemia do novo coronavírus, mediante o uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, Ramon rompeu o dispositivo de monitoramento da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), não sendo mais encontrado.
Conforme o TJAM, Ramon é reincidente em vários crimes de tráfico de drogas, homicídios, latrocínio, roubo, furto e formação de quadrilha. O condenado foi encaminhado para o prédio da Polinter, onde foi cumprido o mandado de prisão expedido pela Comarca de Manaus e autuado em flagrante por uso de documento falso.
Uma equipe da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) será enviada para Cuiabá e, posteriormente, fará a transferência de Ramon até Manaus, onde irá responder pelos crimes praticados e aguardará à decisão da Justiça.
Investigação
Com a prisão de Ramon, a equipe da DEHS espera esclarecer o motivo do assassinato de Francisco de Oliveira Lemos, 41, ocorrido em 06 de março deste ano, na comunidade dos Nobres, no bairro Lago Azul, na Zona Norte da capital amazonense. Na ocasião do crime, Francisco tomava banho em uma área externa da casa, quando teve o imóvel invadido por dois homens. No local, ele foi assassinado com 17 tiros à queima-roupa.
Outro crime
Ramon também foi responsável pelo assassinato de Afonso Araújo de Almeida, 40, o “Afonsinho”, ex-policial Militar, que ficou preso no regime semiaberto acusado de matar a universitária Ana Délia Albuquerque Holanda, 24. O crime ocorreu em 25 de fevereiro de 1992. Afonso acabou morto com 13 facadas, no dia 14 de janeiro de 2011, no bairro Glória, na Zona Oeste.
No dia do crime, os familiares da vítima identificaram Ramon como autor do assassinato, que também teve a autorização de liberdade provisória concedida pela Justiça. Afonso estava preso no regime semiaberto e foi posto em liberdade no dia 23 de dezembro de 2010, por bom comportamento, atestado pela direção do presídio.
Na decisão, o juiz Celso Antunes da Silveira Filho, da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Estado, desconsiderou o parecer do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), que favoreceu apenas à remissão de 119 dias da pena para o ex-policial.
Ramon foi preso na madrugada de 4 de fevereiro de 2011, pela Polícia Militar, no beco do Sulamérica, no bairro São Raimundo, na Zona Oeste. A prisão ocorreu após denúncia que ele havia agredido e roubado um casal, nas proximidades do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) São Raimundo.
Em depoimento na DEHS, Ramon confessou o crime motivado por vingança, pelo fato de Afonso ter lhe agredido com vários tapas três dias antes do crime. Ele alegou está drogado e não sabia o que estava fazendo.
Além da morte de Afonso, Ramon também configura como suspeito pelo assassinato do comerciante Denilson Soares de Souza, 54, no dia 18 de setembro de 2011, durante roubo na rua São Tomé, no bairro São Raimundo, na Zona Oeste da capital.