×

Polícia

Influenciadora Isabelly Aurora é presa por rifas ilegais em Manaus

A influencer digital já possui um vasto histórico criminoso, segundo a polícia

Isabelly Aurora chega à delegacia algemada e chorando (Foto: Divulgação)

Manaus (AM) – Em continuidade a segunda fase da operação “Dracma”, que apura o envolvimento de influenciadores digitais em esquema fraudulento de rifas clandestinas, a influenciadora Isabelly Aurora Simplício Souza, 21, foi presa na manhã desta quarta-feira (5). A jovem também é suspeita de outros crimes.

Isabelly Aurora foi conduzida para o 15º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde chegou algemada e chorando bastante. O mandado de prisão em nome da influenciadora foi expedido pela Central de Inquéritos do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

De acordo com as investigações conduzidas pelo delegado Cícero Túlio, titular do 13º DIP, Isabelly Aurora, como é conhecida nas redes sociais, já possui antecedente criminal. Em 2018, aos 17 anos, ela foi apreendida por suspeita de receptar celulares roubados da marca iPhone na capital amazonense.

Paulo Victor, ex-marido de Isabelly Aurora, ajudava a influenciadora no esquema (Foto: Reprodução)

Na segunda fase da operação “Dracma”, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva. Além de Isabelly Aurora, foram presos preventivamente João Lucas da Silva Alves, 24, conhecido como “Lucas Picolé”, e Paulo Victor Monteiro Bastos, 25, ex-namorado da influenciadora e responsável por auxiliá-la na lavagem de dinheiro.

Conforme apurado pela Polícia Civil, veículos e objetos comprados por Isabelly Aurora constavam em nome de Paulo Victor, que já tem passagem por receptação de iPhone roubados pelo 12º DIP.

Na conta bancária dele, também foram constatadas vultosas quantias de dinheiro oriundos dos crimes. Com Paulo Victor, foram encontrados um cartão de benefício previdenciário de um idoso, uma arma de fogo calibre 9 milímetros e dez munições intactas, além da apreensão de três celulares.

Operação “Dracma” – fase 1

“Mano Queixo” e “Lucas Picolé” foram presos na primeira fase da operação “Dracma” (Foto: Divulgação)

“Lucas Picolé”, por sua vez, teve a ordem judicial cumprida em uma unidade prisional. Ele já estava preso desde a primeira fase da operação “Dracma”, deflagrada no dia 29 de junho deste ano, nos bairros Novo Aleixo e Parque 10 de Novembro, respectivamente, Zonas Norte e Centro-Sul de Manaus.

Na ocasião, o influenciador Enzo Felipe da Silva Oliveira, 24, o “Mano Queixo”, também foi preso. Com os influenciadores, a polícia apreendeu drogas sintéticas (LSD), munições de fuzil, seis veículos de luxo e uma motocicleta adulterada.

Durante as buscas na loja do “Lucas Picolé”, no bairro Parque 10 de Novembro, foram apreendidos mais de uma tonelada de produtos falsificados como roupas e bonés, de marcas famosas, notas e cupons que atestam que a recebedora dos valores da prática da pirataria era Flávia Ketlen Matos da Silva, 34, cunhada do influenciador.

“Lucas Picolé” (Foto: Divulgação)

As investigações apontaram que os influenciadores atuavam promovendo a divulgação de sorteios clandestinos em um sistema de premiação sem registro, por meio das redes sociais, e escoando posteriormente os valores, a fim de dissimular e ocultar, dificultando a atuação de autoridades de fiscalização e controle por parte do Ministério da Economia.

“O grupo escoava os valores obtidos na compra de veículos de luxo. ‘Lucas Picolé’ e Flávia Ketlen mantinham esses valores levantados e montaram uma empresa de fachada”, explicou o delegado Cícero Túlio.

“Lucas Picolé” também foi autuado por receptação qualificada, juntamente com sua cunhada, Flávia Ketlen, que está sendo procurada por envolvimento nos crimes. As investigações também indicam que “Lucas Picolé tem vínculo com outro influenciador digital conhecido nacionalmente, que já foi alvo de operações tanto da Polícia Federal (PF) como da Polícia Civil de São Paulo (PC-SP).

Esquema fraudulento

Material apreendido na ação policial (Foto: Divulgação)

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) apurou que parte dos prêmios das rifas e sorteios já são comprados em nome dos ganhadores antes mesmo deles ocorrerem, levando a crer que em alguns casos o próprio ganhador tem participação no esquema criminoso.

“Eles anunciam rifas de veículos avaliados em mais de R$ 200 mil, cuja disputa se dá pela aquisição de bilhetes eletrônicos vendidos por centavos. Os valores arrecadados nos golpes são escoados na compra de veículos de luxo, aluguéis e aquisição de imóveis de alto padrão, além de serem reinvestidos em uma loja de marcas de grife que comercializa produtos falsificados”, informou o delegado Cícero Túlio.

Segundo a autoridade policial, foi possível identificar a ligação dos investigados com influenciadores de outros estados do país, que utilizam a mesma plataforma de sorteios, lavando a crer que existe uma grande rede de criminosos que operam esse esquema em todo Brasil.

Com o esquema fraudulento de rifas clandestinas em Manaus, segundo a polícia, estima-se que mais de R$ 5 milhões tenham sido movimentados em dois anos pela organização criminosa dos influenciadores. As buscas para saber a participação de outros influenciadores e para onde o valor foi escoado no esquema criminoso continuam sob investigação.

A operação “Dracma” investiga os crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa, fraude no comércio, receptação qualificada, promoção de jogos de azar, publicidade enganosa e crimes contra as relações de consumo.

Procedimentos

Todos serão encaminhados à audiência de custódia, e ficarão à disposição do Poder Judiciário.

You cannot copy content of this page