×

Polícia

Depca prende repositor por estupro e serralheiro por posse ilegal de arma de fogo

Delegada Juliana Tuma, titular da Depca. (Foto: Wilian Hendz/PC)

A delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), apresentou na tarde desta sexta-feira (12), um repositor de 44 anos, por estupro de vulnerável e um serralheiro de 31 anos, por posse irregular de arma de fogo de uso restrito. Os homens foram presos, pela manhã, nos bairros Lago Azul, na Zona Norte e Alvorada, na Zona Centro-Oeste de Manaus.

Publicidade

Durante a coletiva de imprensa, iniciada por volta das 14h30, à delegada Juliana Tuma, explicou que o repositor estuprou a própria filha dele, uma criança de sete anos. A prisão do homem contou com o apoio de representantes do Conselho Tutelar da Zona Oeste.

O repositor é acusado de estuprar a própria filha dele. (Foto: Wilian Hendz/PC)

Na última quarta-feira (10), recebemos delação feita ao número do disque-denúncia (92) 3656-8575 da especializada, informando que uma criança de sete anos estaria sendo abusada sexualmente pelo próprio pai, um repositor de mercadorias. O denunciante declarou ter ouvido gritos da menina pedindo para que o pai parasse o que estava “fazendo” porque estava doendo. No momento da delação foi informado o nome da escola que a criança estudava e os dados dela, para que os policiais civis pudessem identificá-la. A delegada informou que após a delação a equipe da Depca se deslocou até a escola.

“Na ocasião conseguimos conversar com a gestora e, juntamente com a psicóloga da especializada, fizemos atendimento psicossocial com a vítima. A criança relatou que vinha sendo abusada sexualmente há muito tempo pelo pai. Inclusive, ela havia sido mantido relações sexuais com ele na noite anterior ao encontro com a equipe da especializada. No momento em que o repositor foi buscá-la na escola, foi dada voz de prisão em flagrante”, declarou.

Tuma disse que, em depoimento, a madrasta da criança relatou que notou que o companheiro andava tendo um comportamento estranho como, por exemplo, optar em dormir com a criança na rede ao invés de dormir na cama com a mulher. A madrasta afirmou, também, que nunca havia cogitado a possibilidade da criança estar sendo estuprada pelo próprio pai.

“Após os depoimentos levamos a menina ao Instituo Médico Legal (IML), onde foi constatado o estupro. A criança também será encaminhada ao Saica, pelo Conselho Tutelar”, concluiu Juliana.

O serralheiro foi preso com armas e munições. (Foto: Wilian Hendz/PC)

Já o serralheiro foi preso após o recebimento de denúncia feita pela coordenação do Conselho Tutelar da zona Oeste, na quinta-feira (11), comunicando o recebimento de delação, feita pela direção de uma escola municipal situada no bairro Alvorada, que uma estudante de 14 anos havia escrito uma carta informando estar sofrendo violações de direitos por parte da mãe e do padrasto dela, o serralheiro.

“Após a denúncia iniciamos as diligências em torno do caso. Quando chegamos ao endereço indicado, por volta das 9h desta sexta-feira, a adolescente nos recebeu. No interior do imóvel apreendemos duas espingardas, de calibres 22 e 44; 71 cartuchos, sendo alguns deflagrados e outros intactos; 48 espoletas, uma arma caseira conhecida como ‘Toco’, duas varetas de arma caseira, três frascos contendo pólvora para recargas de cartuchos, um porta-cartuchos e uma palmatória. Quando questionamos a quem pertenciam os objetos, o serralheiro assumiu a propriedade do material”, disse a delegada.

Conforme Juliana Tuma, na carta a adolescente relatou que era abusada sexualmente pelo padrasto desde os dez anos e que agora, aos 14 anos, ela não aguentava mais ficar calada. Falou também que ela e o irmão de 12 anos eram agredidos frequentemente pela mãe e pelo padrasto com uma palmatória. Inclusive, o irmão chegou a presenciar uma das situações de abuso sexual que teve a garota como vítima. Em uma das vezes a adolescente chegou a ser queimada com um ferro pela mãe, para que ela não comentasse sobre os estupros com outras pessoas.

“A mãe tinha conhecimento dos abusos. Ao longo de depoimento na especializada a menina relatou que foi queimada por ferro e tem a marca na parte interna das pernas. Ela declarou que foi agredida porque pegou dinheiro para comprar um teste de gravidez para saber se ela estava grávida do padrasto. Quando a mãe descobriu queimou a filha. O relato da menina é bem consistente. Essa adolescente será retirada dessa família temporariamente e levada ao Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (Saica), pelo Conselho Titular. A mãe negou ter conhecimento dos abusos”, esclareceu Tuma.

De acordo com a titular da Depca, a palmatória era objeto de abuso físico por parte da mãe e do padrasto da vítima. Durante depoimento a adolescente relatou que a mãe dizia que iria conversar com o infrator para que ele não cometesse mais os abusos.

”A mãe dela não está sendo presa hoje pela formalização legal. Nós estamos fazendo o flagrante pela situação que tínhamos no momento, que é pelo crime de posse das armas de fogo, mas essa mãe responderá juntamente com o padrasto pela situação do estupro de vulnerável, além das outras violações de direito por parte desses autores”, disse.

O repositor foi indiciado por estupro de vulnerável e o serralheiro foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo de uso restrito porque uma das armas encontradas com ele estava com a numeração suprimida.

Ao término dos procedimentos cabíveis na unidade policial, tanto o repositor quanto o serralheiro foram levados para audiência de custódia no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, no bairro São Francisco, Zona Sul da capital.

Por Redação e com informações da assessoria