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Polícia

Com bilhete de facção, cabeça é abandonada dentro de mochila

No local, polícia ainda encontrou dois dedos; imagens de câmeras de monitoramento vão ajudar polícia a esclarecer o crime

Com bilhete de facção, cabeça é abandonada dentro de mochila

Mochila foi jogada em rua do bairro São Lázaro, Zona Sul de Manaus (Foto: Divulgação)

Manaus (AM) – A cabeça de um homem e dedos foram encontrados na manhã desta quinta-feira (20), abandonados dentro de uma mochila, na rua das Águias, no bairro São Lázaro, na Zona Sul da capital amazonense. Havia um bilhete de “soldados” de uma facção criminosa, atribuindo a morte como acerto de contas.

Policiais militares da 7ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) atenderam a ocorrência inicialmente e isolaram a cena do crime. Testemunhas oculares relataram que a bolsa foi jogada por dois homens em uma motocicleta, de características não identificadas.

Vítima seria membro do CV (Foto: Divulgação)

No bilhete encontrado estava escrito: “Eu somava na safadeza com Alan Índio. Hoje estou no inferno por isso. Aguardo vocês que fazem safadeza também aqui. Vou guardar um canto aqui pra vocês”.

Bilhete foi encontrado junto a cabeça (Foto: Divulgação)

O recado indica que o homem teria sido morto por membros de facção criminosa em um “tribunal do crime”. A principal suspeita é de execução por causa da guerra que existe entre faccionados do Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC).

(Foto: Divulgação)

Ainda não há informação sobre a identidade da vítima. A polícia suspeita que a cabeça pertença ao corpo esquartejado encontrado horas antes na rua Visconde de Itanhaém, comunidade Mundo Novo, bairro Flores, Zona Centro-Sul de Manaus.

(Foto: Divulgação)

O bilhete encontrado foi encaminhado para o Instituto de Criminalística (IC). A cabeça e as falanges foram removidas por uma equipe do Instituto Médico Legal (IML), na Zona Norte. A Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (DEHS) vai investigar o crime, com ajuda de câmeras de monitoramento do local.

Violência

Com a onda de violência em Manaus e no interior do Amazonas, facções criminosas vão espalhando medo e deixando rastros de sangue nos bairros. Desde o início das organizações, o poder público – funções exercidas pelo Executivo, Legislativo e Judiciário vêm assistindo as cenas de guerra entre traficantes.

Em bilhete encontrado junto uma cabeça humana, na rua das Águias, no bairro São Lázaro, na Zona Sul de Manaus, um traficante é confrontado por rivais de facção.

Segundo a polícia, o suspeito foi número 1 da Família do Norte (FDN) e responsável por distribuir para todos os “irmãos” do conselho e para todos os “membros” da facção criminosa material ilícito. Ele tinha a palavra final nas questões da facção e aplicava a punição a quem estivesse fazendo negócios escondidos.

O homem foi preso pela primeira vez em 2015 por tráfico e novamente detido no dia 10 de outubro de 2017, na operação “Resposta” após o delegado Péricles Nascimento ser atingido com um tiro na boca, no dia 8 de outubro de 2017, durante operação na comunidade Parque São Pedro, bairro Tarumã, Zona Oeste.

Apartamento de luxo no condomínio Aqua funcionava para reuniões de facção (Foto: Reprodução)

Durante as investigações para satirizar o crime organizado, a equipe do 23º Distrito Integrado de Polícia (DIP), coordenada à época pelo delegado Cícero Túlio, atualmente titular do 13º DIP, descobriu que integrantes da facção FDN faziam reuniões e contabilidade em um apartamento de luxo, no condomínio Aqua, na rua Missoshiro, no bairro Parque Dez de Novembro, na Zona Sul da capital.

No apartamento bem decorado, com três quartos, de acordo com autoridade policial, funcionava apenas como local de trabalho da facção. Durante a ação, policiais infiltrados no apartamento descobriram que os integrantes estariam em um sítio próximo ao Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros de Manaus).

Delegado Cícero Túlio esteve à frente da operação “Resposta” (Fotos: Divulgação/Redes Sociais)

Na propriedade, os policiais prenderam dois homens suspeitos de integrarem uma facção criminosa. Com eles, foram apreendidas uma pistola ponto 40 (cautelada da Polícia Militar), uma arma calibre 380, um revólver de calibre 38 e dois rifles. Segundo a polícia, eles haviam sido colocados em liberdade pela Justiça em dezembro de 2016.

Ao Diário Manauara, o delegado Cícero Túlio confirmou que tanto os dois suspeitos, após fim da FDN, migraram para o CV e estão soltos desde 2017. Investigações do serviço de inteligência da Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop), vinculada à Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), apontam que a dupla se instalou no Rio de Janeiro.

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