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Polícia

‘Vela’, líder de quadrilha ligada à facção criminosa é preso em Manaus

Gilvan foi localizado na casa do tio após denúncia anônima, na comunidade do Ossal, no Tarumã-Mirim, na Zona Rural da capital amazonense

Gilvan, vulgo “Vela”, é responsável por homicídios e assaltos em Manaus (Foto: Josemar Antunes/Cedida)

Manaus – Considerado um dos chefões da facção criminosa Comando Vermelho (CV), Gilvan Oliveira Reis, 20, conhecido como “Vela”, foi preso no início da noite desta sexta-feira (17), na comunidade do Ossal, região do Tarumã-Mirim, na Zona Rural de Manaus. Ele era procurado por liderar uma quadrilha especializada em roubos de veículos e ordenar assassinatos.

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Paulo Martins, delegado titular da DEHS (Foto: Josemar Antunes/Cedida)

De acordo com o delegado Paulo Martins, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Gilvan foi localizado na casa do tio após denúncia anônima. Ele não reagiu ao cumprimento de mandado de prisão preventiva assinado no dia 5 de junho deste ano, pelo juiz James Oliveira, da Central de Inquéritos Policiais.

“Gilvan é líder de uma quadrilha de roubos a residências e veículos, além de comandar execuções de rivais. Ele faz parte de uma facção criminosa que controla o tráfico de drogas no bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste. As investigações apontam que ele está envolvido por pelo menos cinco homicídios. Em todos os crimes, ele tortura e decapita as vítimas em um terreno baldio sem piedade. Em depoimento, ele também delatou os nomes dos comparsas”, explicou o delegado Paulo Martins.

Farliana Nunes Pinto, 25, foi decapitada por membros do CV (Foto: Divulgação)

Entre os crimes que causa repulsa, está o assassinato de Farliana Nunes Pinto, 25, integrante da facção criminosa Família do Norte (FDN). Ela foi decapitada e o corpo encontrado em uma cova funda na manhã de quinta-feira (16), dentro de uma área de mata ao lado do campo de futebol Maroca, na Rua Ruy Adriano de Araújo Jorge, comunidade João Paulo, bairro Jorge Teixeira.

O corpo da vítima estava em uma cova funda (Foto: Marcos Lima/Cedida)

O local foi apontado por um adolescente de 17 anos, que participou do crime e encontra-se apreendido na Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai). Em depoimento, ele confirmou a participação de Gilvan. A vítima foi morta em retaliação ao assassinato de Fênix Maciel, 27, que foi esquartejado no “tribunal do crime”.

Quadrilha

Cícero Túlio, delegado titular da Derfv (Foto: Josemar Antunes/Cedida)

Conforme o delegado Cícero Túlio, titular da Derfv, Gilvan estava sendo investigado pelos crimes de roubos e furtos de veículos, além de invasões em residências. Um dos crimes a quadrilha invadiu uma casa no bairro Novo Aleixo, na Zona Norte de Manaus, em fevereiro deste ano.

“As investigações iniciaram após a polícia receber informações que criminosos invadiram uma casa. Na ocasião, eles levaram um carro, uma quantia em dinheiro e um cachorro da raça Husky siberiano, que possui alto valor no mercado. No momento em que ele pratica os assaltos, as vítimas são amarradas, torturadas e ameaçadas de terem as partes do corpo decepado. O Gilvan é um criminoso de alta periculosidade e sem um pingo de piedade das vítimas”, destacou o delegado Cícero Túlio.

Gilvan foi preso pela equipe da DEHS na comunidade do Ossal, no Tarumã-Mirim (Foto: Divulgação)

As autoridades policiais ressaltaram, ainda, que Gilvan já possui passagens por tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e homicídio. Ele também usa o nome “Sabino”, que responde processos por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. 

Gilvan foi indiciado por roubo majorado, receptação e associação criminosa, além de tráfico de drogas e homicídio. Após passar por audiência de custódia no Centro de Recebimento de Triagem (CRT), no quilômetro 8 da BR-174, ele ficará à disposição da Justiça.

“Dama de Copas”

Ana Karina Hage da Silva, 23, a “Dama de Copas” (Foto: Divulgação)

Ana Karina Hage da Silva, 23, conhecida como “Damas de Copa”, é esposa de Gilvan, Ela foi presa no dia 7 de julho por envolvimento em roubos e furtos praticados pela quadrilha. As investigações apontam que ela receptava os produtos roubos.

Fênix

Fênix Maciel integrou o CV após sair da FDN (Foto: Divulgação)

A morte de Fênix foi exibida em vídeo pelos assassinos nas redes sociais. O crime, aparentemente, ocorreu em um sítio no quilômetro 6 do ramal da estrado do Brasileirinho, no bairro Jorge Teixeira, local usado pela FDN para execuções.

Informações dão conta que Fênix era membro da FDN, mas após ser preso por tráfico de drogas, precisou sobreviver aos massacres no sistema prisional e passou para o lado do CV. Depois de cinco anos no regime fechado, Fênix foi para liberdade condicional usando tornozeleira eletrônica.

Conforme os familiares à polícia, Fênix mudou de vida e começou a trabalhar como cabeleireiro. Em liberdade há, pelo menos, seis meses, Fênix foi jurado de morte por traição e por entregar os antigos parceiros da FDN para o CV, além de uma alta dívida com a ex-facção.

A vítima foi esquartejada pelos antigos comparsas da FDN (Foto: Divulgação/Arte DM)

Como forma de justificar a traição, Farliana atraiu Fénix para uma emboscada no dia 6 janeiro deste ano. O mesmo morava na comunidade Valparaíso, no bairro Jorge Teixeira. Após o esquartejamento, as partes do corpo da vítima foram jogadas dentro de um caminhão de lixo.