Belém (PA) – Marcos das Graças Sales, suspeito de assassinar a tiros o cacique Jair Cordovil Trindade, popularmente chamado “Jair Miranha” em outubro do ano passado na capital amazonense, foi preso durante o cumprimento de mandado judicial nesta terça-feira (21) em Belém, no estado Pará.
Segundo informações preliminares, a prisão do investigado foi realizada por policiais civis da Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (DEHS) e Núcleo de Inteligência Policial (NIP) do Pará, além do apoio das equipes policiais dos estados do Ceará, Maranhão e Piauí.
A motivação do crime ainda é desconhecida pela equipe de investigação da DEHS. O Portal Diário Manauara apurou que Marcos foi contratado para assassinar Jair, e que o procurado já possui mandando em aberto por outro homicídio pela Justiça de São Paulo. Marcos dever ser indiciado por homicídio qualificado
Após a prisão do suspeito, o líder indígena Paulo José Ribeiro da Silva, conhecido como “Cacique Paulo Apurinã”, prepara uma manifestação em frente à DEHS com pelo menos 600 indígenas de várias etnias do Amazonas.
Entenda o crime
O cacique Jair Cordovil Trindade, 46, foi alvo de um atentado a tiros na tarde do dia 6 de outubro de 2022, por volta das 13h, na rua Beija-Flor Vermelho, no bairro Tarumã, na Zona Oeste de Manaus. Na ocasião, Marcos das Graças Sales chegou na casa do indígena e se passou por prestamista (vendedor de cobranças de prestação, financiamento, empréstimos e consórcios).
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO) registrado na DEHS, o vendedor perguntou por uma mulher que não residia no local. Ao sair de casa, Jair foi alvejado por cinco tiros. Após o crime, o pistoleiro fugiu sentido ignorado.
Ferido, Jair foi levado às pressas para o Pronto-Socorro (PS) Dr. João Lúcio e submetido aos procedimentos cirúrgicos. Apesar dos esforços da equipe médica, o cacique não resistiu aos ferimentos no dia 8 de outubro de 2022, por volta das 7h05.
Vida pregressa
Jair Cordovil Trindade, um dos principais líderes indígenas do Amazonas, era conhecido por defender causas indígenas e luta por moradia. Ao lado de Sabá Kokama, Raimundo Mura, e Paulo Apurinã, ele participou de invasões de terras na periferia de Manaus e ajudou a fundar mais de 30 comunidades. A vítima deixou esposa e filhos.