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Polícia

Após sofrer dois atentados, mulher é assassinada com três tiros na cabeça em Manaus

Ilcevane foi assassinada com três tiros na cabeça após sair de igreja (Foto: Lucas Pereira/DM)

Após sofrer duas tentativas de assassinato, desta vez, a autônoma Ilcevane Silva Falcão, 38, foi executada com três tiros na cabeça, por volta das 21h desta quinta-feira (11), na Rua Garcia Redondo (antiga Rua 1º de Maio), no bairro Compensa 1, Zona Oeste de Manaus. A mulher voltava de um culto evangélico com o filho de quatro anos.

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De acordo com informações repassadas pela irmã da vítima, Viviane Silva Falcão, 40, Ilcevane caminhava pela rua ao lado do filho e de duas amigas, após sair de um culto em uma igreja.

Ilcevane seguia em direção a residência onde morava com os pais há um mês, quando foi abordada por dois homens em uma motocicleta, de características não identificadas. O garupa pediu para que as amigas se afastassem e ordenou que Ilcevane sentasse no chão e depois efetuou os disparos contra a cabeça da vítima, que morreu na hora.

Na ocasião, os moradores ainda pediram pela vida de Ilcevane, mas de nada adiantou os apelos. Após o crime, os suspeitos que usavam capacetes, fugiram sem serem reconhecidos pelas testemunhas. Conforme o perito criminal André Santana, do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), os tiros possivelmente foram efetuados por um revólver calibre 38.

Ameaças

Ilcevane estava recebendo ameaças constantes, devido a uma ‘rixa’ (Foto: Divulgação)

Viviane relatou que, Ilcevane estava recebendo ameaças de morte, por conta de uma ‘rixa’, com criminosos no bairro que a acusavam de entregar o tráfico de drogas e assaltos para a polícia. Durante esse período, a autônoma foi alvo de dois atentados, sendo um em 2016 e outro no início de 2017.

No final do ano passado, Ilcevane foi alvejada com seis tiros, que lhe atingiram a coluna cervical e a cabeça, ficando com uma bala alojada na coluna, que não pôde ser removido. Ela sobreviveu ao ataque após passar por várias cirurgias no Pronto-Socorro (PS) Dr. João Lúcio.

Por conta das intimidações que sofria, Ilcevane chegou a registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Ilcevane estava morando no bairro Tarumã, Zona Oeste, mas recebia constantes mensagens via WhastApp que seria morta, assim que pisasse os pés no bairro Compensa, somente com tiros na cabeça.

“Depois das ameaças e dos atentados, a minha irmã foi embora do bairro, mas ela falou que iria voltar para casa porque não tinha matado, não estava devendo e nem tinha roubado ninguém. Por várias vezes ela disse: estou cansada de viver escondida, pois assim que eu voltar para casa, ele vai me matar e todos ficarão sabendo que foi ele’. Ela nunca falou quem era a pessoa que a ameaçava”, disse Viviane emocionada.

Acusações

Viviane rebateu as informações de alguns moradores do bairro, que Ilcevane era envolvida com o tráfico de drogas. Segundo ela, a irmã vivia de uma pensão após ser casada há 16 anos com um policial, que morreu em um acidente de trânsito.

“Minha irmã não comercializava drogas, pois não tinha necessidade disso porque recebia uma aposentadoria do esposo. O que sabemos é que ela era usuária de drogas, mas não consumia com frequência. Vamos entregar nas mãos de Deus, para que a Justiça seja feita”, finalizou a irmã da vítima.

Ilcevane deixou dois filhos, uma adolescente de 17 anos e um menino de quatro anos. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), na Zona Norte da capital.

Para a polícia, o crime foi um acerto de contas relacionado com o tráfico de drogas. Imagens de câmeras de seguranças de imóveis próximos, onde ocorreu o crime, devem ajudar na identificação dos autores.