
Libertação de prisioneiros palestinos (Foto: Reprodução)
Israel começou a libertar, nesta segunda-feira (13), cerca de dois mil prisioneiros palestinos, em cumprimento ao acordo de cessar-fogo firmado com o Hamas e mediado pelos Estados Unidos e países árabes. A medida representa um dos passos mais significativos desde o início das negociações para encerrar o conflito na Faixa de Gaza.
De acordo com o pacto, Israel libertará 250 palestinos condenados por assassinato e outros crimes graves, além de 1.700 detidos durante as operações em Gaza. Também está prevista a soltura de 22 jovens e a devolução dos corpos de 360 militantes. O Hamas confirmou que 154 desses prisioneiros foram transferidos para o Egito.
Segundo a agência Reuters, os libertados não incluem líderes de alto escalão do Hamas nem figuras importantes de outras facções, o que gerou críticas entre familiares de alguns detentos. Ônibus chegaram à Cisjordânia e à Faixa de Gaza transportando os prisioneiros, que foram recebidos com aplausos e exibiram gestos de vitória nas janelas antes de passarem por exames médicos.
Em comunicado, o Hamas afirmou ter feito “todos os esforços para preservar a vida dos prisioneiros da ocupação” e denunciou abusos cometidos contra palestinos detidos por Israel. O grupo declarou ainda que a libertação é resultado da “resistência heroica do povo de Gaza” e reafirmou o compromisso com o acordo mediado por nações árabes e pelo governo norte-americano.
Milhares de pessoas se reuniram no Hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, à espera dos libertados.
“Estou feliz por nossos filhos, mas ainda sofremos por todos que foram mortos e por toda a destruição em nossa Gaza”, disse Um Ahmed, uma moradora local, à Reuters.
Tala Al-Barghouti, filha de Abdallah Al-Barghouti, militante do Hamas condenado a 67 prisões perpétuas, lamentou que o acordo tenha deixado de fora prisioneiros históricos. “Sacrificaram aqueles que desempenharam o maior papel na resistência e encerraram as esperanças de sua libertação”, afirmou.
O cessar-fogo entre Israel e Hamas foi considerado um passo importante para reduzir as tensões na região, embora o cenário político e humanitário ainda permaneça incerto.