×

Justiça

PMs do Amazonas têm prisão decretada pelo Ministério Público

Os policiais militares foram denunciados por tortura e agressão contra uma mulher, no bairro Educandos, na Zona Sul da capital amazonense

Mulher foi tortura e agredida durante abordagem sem ordem judicial (Foto: Divulgação)

Manaus (AM) – Dois policiais militares, lotados na Secretaria Executiva-Adjunta de Operações (Seaop), da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), tiveram a prisão preventiva decretada Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) na manhã desta sexta-feira (25), durante a operação “Tertium Genus”. Eles foram denunciados por tortura e agressão contra uma mulher em 02 de julho deste ano, no bairro Educandos, na Zona Sul da capital amazonense.

De acordo com autos do processo, os policiais militares invadiram sem ordem judicial a residência da mulher em plena luz do dia. Armados com fuzil, eles estavam atrás de uma arma de fogo supostamente do namorado da ofendida, chamado por Janderson, e de drogas. A vítima relatou que os policiais arrombaram o portão da casa, que também funciona como distribuidora de bebidas, e começaram agredi-la com tapas, socos e coronhadas na cabeça.

Policiais ainda roubaram câmeras do circuito interno do local (Fotos: Reprodução)

Segundo o advogado criminalista Vilson Benayon, vizinhos da vítima apareceram para intervir e também foram ameaçados pelos policiais quando filmavam com os seus celulares a violência policial.

“A competência da Polícia Militar é restrita ao policiamento ostensivo e preventivo, cabendo somente à Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) investigar e cumprir mandados judiciais. Os policiais envolvidos cometeram abuso de autoridade, agredindo a mulher e ameaçando os vizinhos. Infelizmente, há policiais que praticam crimes mais graves de forma antecedente do que o próprio tráfico de drogas”, pontuou o advogado criminalista Vilson Benayon.

As investigações apontaram, ainda, que os policiais estavam em uma S-10 e um Ônix branco, com placas frias, e após o fato, eles roubaram câmeras de segurança do estabelecimento (hd e televisão) com objetivo de não deixar rastros e legalizarem a conduta. A mulher foi presa na ocasião da violência policial.

Diante da conduta dos policiais militares, o advogado oficializou apuração do caso junto ao Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura no Amazonas (CEPCT) e a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Amazonas (OAB-AM). O MP-AM acatou o pedido e expediu a ordem de prisão preventiva na Justiça.

You cannot copy content of this page