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Esportes

Corpo de Eurico Miranda é velado em São Januário e sepultado no São João Batista

Imortalizado por Eurico, o grito de “Casaca” foi puxado com o corpo ao centro do gramado, antes do hino do clube.

Amigos, torcedores e familiares fizeram a última homenagem para Eurico no gramado (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

 

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Rio de Janeiro/RJ – O velório do Presidente do Conselho de Beneméritos e ex-Presidente da Diretoria Administrativa, Eurico Miranda, terminou no início da tarde desta quarta-feira (13), na Capela Nossa Senhora das Vitórias, no Complexo Esportivo de São Januário. Após a celebração de uma missa de corpo presente, que contou com a presença de familiares, personalidades, torcedores e amigos, o corpo foi levado ao centro do gramado, onde o grito de “Casaca” (imortalizado por Eurico) foi puxado, antes do hino do clube. Dali, foi levado para o Cemitério São João Batista, onde foi sepultado.

Ao longo do velório, que começou na noite da última terça-feira (12/3), diversas personalidades passaram para se despedir de Eurico Miranda. O atual Presidente Alexandre Campello foi um dos primeiros a chegar. Os filhos, Eurico, Alvaro, Mário Ângelo e Sylvia, além da esposa Silvia também participaram. Jogadores do atual elenco vascaíno também compareceram a Capela Nossa Senhora das Vitórias.

Além deles, nomes como os Presidentes da CBF, Antônio Carlos Nunes de Lima, e da Ferj, Rubens Lopes, os técnicos Alberto Valentim e Zé Ricardo, diretores Alexandre Faria e Anderson Barros (Botafogo), ex-jogadores como Bebeto e Luisinho, o técnico das conquistas do Brasileirão de 97 e da Libertadores de 98, Antônio Lopes, esteve acompanhado da esposa, Dona Elza e do filho, Júnior. Ex-presidentes de clubes rivais também prestaram a última homenagem, como Kleber Leite e George Helal (Flamengo) e Mauro Ney Palmeiro (Botafogo), além do atual Vice-Presidente de Futebol do Flamengo, Marcos Braz, entre outras personalidades estiveram presentes em São Januário.

No Cemitério São João Batista, onde ocorreu o sepultamento, cerca de 200 pessoas deram o último adeus para Eurico Miranda. O cortejo seguiu com a guarda de atletas do Remo vascaíno, tradição quando ocorre o falecimento de grandes beneméritos do clube e contou com a presença do prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. Antes do enterro, o Casaca e o hino do Vasco foram novamente cantados.

Diversos clubes também prestaram homenagens nas redes socais e enviaram coroas de flores, como Palmeiras, Corinthians, Flamengo, Benfica, Ponte Preta, Portuguesa, entre outros.

Presidente Alexandre Campello cumprimenta Eurico Brandão, filho do ex-Presidente (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

DEPOIMENTOS SOBRE A MEMÓRIA DE EURICO MIRANDA

Alexandre Campello – Presidente do Club de Regatas Vasco da Gama

Eurico esteve à frente do seu tempo. Nos quatro títulos brasileiros, ele participou de três. É uma perda muito importante para o clube. Naturalmente fica um vazio grande no clube. Mesmo muito doente não abria mão de vir no clube todos os dias. Vinha na Capela Nossa Senhora das Vitórias rezar todos os dias. No último Vasco e Botafogo de 2018, ele teve uma trombose, era para ser internado, não quis. Foi para casa e foi para o jogo no mesmo dia. Última visita que eu o fiz, na casa dele, Dona Silvia, a esposa, falou que a única preocupação que ele tinha era com o Vasco.

A paixão é um senso comum entre todos os dirigentes. O que o diferenciava era a maneira como ele se portava. Defendia o Vasco a qualquer preço e isso que é marcante nele como dirigente. É um motivo de orgulho para todo vascaíno.

Eurico Brandão – ex-Vice de Futebol, Grande Benemérito e filho de Eurico Miranda

Acho que o legado dele é que realmente foi um dirigente apaixonado pelo clube. Ele tinha muito amor pelo Vasco. Quem rodeou ele, participou de todos os momentos dele no futebol, na vida desportiva, sabe que foi feito com muita intensidade e muita paixão. Hoje se fala muito em profissionalismo, o futebol, por mais que tenha evoluído nesse ponto, é paixão. O futebol brasileiro é amor, uma coisa que poucos entendem. É um momento difícil. Quero agradecer a todas as manifestações de carinho que temos recebido ao longo do dia. Meu pai foi um grande homem. Acima de tudo, um grande vascaíno.

Presidente da CBF compareceu para última homenagem (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Antônio Carlos Nunes de Lima – Presidente da Confederação Brasileira de Futebol

O futebol brasileiro está de luto pelo nome que o nosso grande amigo Eurico Miranda teve e vai deixar esse legado para todos nós. Vai deixar muita saudade. Eu conheci o Eurico há muitos anos, acho que quando ele nem sonhava em ser Presidente do Vasco e sempre dizia que o Vasco era tudo. O Vasco era a vida dele. E assim ele fez. Até os últimos dias de vida, ele sempre esteve conosco na CBF. Sempre foi um amigo sincero e leal. Por isso viemos trazer o nosso abraço fraterno e amigo.

Alberto Valentim – Técnico do Vasco

Mesmo já debilitado, ele foi nos visitar algumas vezes. Queria falar com todos os jogadores, mesmo com as dificuldades que sofremos nos últimos jogos do Brasileirão do ano passado. Ele passando energia positiva, passando tranquilidade. Essa é a lembrança que tenho dele. Sempre muito participativo, mesmo com as limitações. Na última vez, o vi muito emocionado. Infelizmente, não está mais com a gente por aqui.

Kleber Leite – ex-Presidente do Flamengo e ex-jornalista esportivo

A minha convivência com o Eurico foi em duas etapas como profissional da imprensa e depois como Presidente. Foi um grande dirigente. Foi Vice-Presidente de futebol, Presidente do Vasco, diretor da CBF. Ele quem criou a Copa do Brasil, que hoje é um sucesso absoluto. O luto hoje não é exclusivo do Vasco, mas do futebol brasileiro. Foram muitas passagens com o Eurico. Como Presidente do Flamengo, não muito boas para se recordar. Fora muito mais por conta da rivalidade. Hoje, com a maturidade que ele adquiriu e eu também ganhei, certamente seria muito melhor. Agora, como profissional de imprensa foi espetacular. Muito da graça do programa Enquanto a Bola não Rola se devia a ele. Era uma figura extraordinária. Ponto.

Mauro Ney Palmeiro, George Helal e Rubens Lopes vieram ao velório (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Rubens Lopes – Presidente da Ferj

É uma perda muito grande. Ele foi um marco histórico do futebol. Não só do Rio de Janeiro, mas do futebol nacional. Foi dirigente da CBF, quem criou a Copa do Brasil, mesmo polêmico, como alguns dizem, tinha uma capacidade intelectual muito grande. Um homem de uma inteligência, uma dinâmica e coragem impar. O futebol, o esporte perde muito com isso. Não dá para dissociar o Vasco do Eurico. Os vascaínos sabem disso. Parecem que são sinônimos.

Paulo Reis – Ex-Vice Jurídico do Club de Regatas Vasco da Gama

Eurico foi um mestre de todos nós. O maior líder que o Vasco teve na minha geração. Ele deixa um legado especial para todo mundo. O grande legado dele é mostrar o que é ser Vasco. Jamais será esquecido e jamais esquecerei esse grande amigo que perdi.

Missa em homenagem a memória de Eurico foi celebrada (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Por: Matheus Babo/Vasco