Manaus (AM) – No Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado neste domingo (11), o Governo do Amazonas destaca o incentivo à participação feminina em pesquisas do estado. Por meio de investimentos em editais exclusivos para pesquisadoras, o mercado amazonense ganha uma nova perspectiva para o futuro.
Ao todo, o Estado já investiu R$ 21.056.242,25 para fomentar 132 projetos de pesquisas, desenvolvidos na capital e em mais 39 municípios do interior do estado, que estimulam o ingresso de pesquisadoras em áreas do conhecimento com menor presença feminina, e que contribuem para uma participação plena e igualitária, reduzindo as desigualdades de gênero na ciência.
A média global de pesquisadoras no mundo é de 33,3%, segundo a Unesco. A agência também aponta que há um desempenho aproximado de meninos e meninas em ciências e matemática, mas ainda há estereótipos de gênero, fazendo com que muitas meninas sejam desencorajadas a seguir carreira nas áreas de pesquisa.
No estado, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) é a responsável pelo financiamento e disponibilização de editais de incentivo aos pesquisadores. Especificamente para as mulheres, a Fundação tem editais exclusivos, como o programa Kunhã-CT&I.
A doutora em Biotecnologia, Ayrles Mendonça, conseguiu financiamento para uma pesquisa por meio do programa. O estudo é voltado para o impacto da exposição fetal ao SARS-COV-2 no estado de neurodesenvolvimento infantil. Durante o período pré-natal, a exposição a agentes infecciosos ou tóxicos é prejudicial ao desenvolvimento embrionário, implicando em perturbações do ambiente intrauterino e no potencial dano ao cérebro.
Com um laboratório próprio para a pesquisa, ela destaca a importância de fomentar mais projetos de pesquisadoras no mercado e defende os editais exclusivos.
“Uma vez que você tem um edital voltado para as pesquisadoras, isso acaba minimizando o problema que a gente tem, que é um problema histórico, onde os homens ocupam cargos de maior comando em relação aos projetos de pesquisa, e as mulheres não. Ter editais voltados ao público feminino é essencial para que a gente tenha, de fato, uma busca por uma equidade”, disse a professora e pesquisadora, Ayrles Mendonça.
Orientanda da pesquisadora Ayrles Mendonça, a estudante de pós-graduação, Carolina Azevedo, de 27 anos, diz que a professora foi a maior incentivadora para ela seguir na área da pesquisa. “É encorajador, porque a gente enxerga hoje uma diferença absurda entre homens e mulheres na ciência. As mulheres são pouco encorajadas, então ter sido encorajada por uma mulher fez uma total diferença na minha trajetória”, disse.
Exclusivo para elas
Lançados em 2021, o Programa Amazônidas – Meninas e Mulheres na Ciência visa estimular o aumento da representatividade feminina no cenário da CT&I local, com intuito de fomentar projetos de pesquisa, tecnologia e inovação como uma ação afirmativa que visa à ampliação da participação feminina na liderança desses projetos.
Exclusivo para o interior do estado, o Programa Fapeam para Mulheres na Ciência é voltado para apoiar a participação de mulheres coordenando propostas nas áreas de Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Ciências Agrárias no interior do estado do Amazonas diante do desequilíbrio de gêneros entre coordenadores de projetos de pesquisa nessas áreas.
Em 2022, a Fapeam lançou mais dois editais inéditos o Programa Mulheres das Águas/Fapeam para atender, exclusivamente, projetos de pesquisa aplicada, inovação ou de transferência tecnológica, coordenados por pesquisadoras no interior, e o Programa Kunhã- CT&I no Amazonas, que contempla propostas de todo o estado, que visa apoiar pesquisas que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do estado.
E em 2023, quatro novos editais foram anunciados para promover uma maior participação feminina na CT&I, por meio do Programa de Empreendedorismo Feminino em CT&I, Programa Mulheres + Stem, para todo o Amazonas, e o Programa de Desenvolvimento e de Inovação para Educação Básica (Prodeb/Inter Mulheres e Meninas na Ciência/Fapeam) e Programa de Apoio a Pesquisas Desenvolvidas por Mulheres no Setor Primário (Agromulher/Inter), ambos para o interior do Estado.
*Com informações da assessoria