Responsáveis por 39.517 partos dos 75.025 realizados no Estado em 2016, as maternidades estaduais Balbina Mestrinho, Nazira Daou, Alvorada, Ana Braga, Azilda Marreiro e Instituto da Mulher Dona Lindu foram aprovadas em avaliação do Ministério da Saúde, garantindo por mais três anos a certificação de “Hospital Amigo da Criança”.
Para manter a certificação, as maternidades devem adotar procedimentos, que incluem capacitação periódica de sua equipe, que promovam o aleitamento materno. A Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) foi idealizada em 1990 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A coordenadora de Saúde da Criança da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Katherine Benevides, afirma que a certificação é um prêmio para toda a equipe de servidores das maternidades, e mostra também que as equipes da Susam têm conseguido planejar e executar seus programas em conjunto.
“Isso mostra um trabalho que a gente vem consolidando dentro da Susam, que é o trabalho em conjunto das equipes da Saúde da Mulher, da Rede Cegonha, da Gerência de Maternidade e da Saúde da Criança”, declara Katherine.
Segundo Katherine, esse ano, pela primeira vez, as maternidades conseguiram manter a certificação com nota máxima das avaliadoras.
“Demostramos que temos um olhar diferenciado do Estado para todas as politicas públicas voltadas para a mulher e a criança. É a primeira vez que as avaliadoras não precisam voltar às maternidades. Ou seja, passamos de primeira, estava todo mundo pronto”, comemora Katherine.
Para alcançar a certificação, as maternidades devem realizar alguns procedimentos e serviços denominados “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno”. Entre os dez passos estão a elaboração de uma norma (escrita) sobre aleitamento materno, que deve ser rotineiramente transmitida à equipe da maternidade, treinamento de todo o pessoal para a implementação dessa norma, e informar todas as gestantes atendidas sobre as vantagens da amamentação.
“Em todas as maternidades vem sendo feito um atendimento priorizando as boas práticas, os cuidados, sempre incentivando e apoiando o aleitamento. Porque sabemos que a ação de amamentar é a que mais combate a mortalidade infantil, que mais promove a qualidade de vida da criança, prevenindo de doenças como diabetes, infecções, alergias. Enfim, garante que a criança cresça sadia”, comenta a coordenadora de Saúde da Criança da Susam.
A equipe de avaliadoras do Ministério da Saúde avalia ainda a estrutura física das maternidades, entrevistando servidores, gestantes e seus acompanhantes.
Um dos passos mais trabalhados nas maternidades para a avaliação desse ano foi o cuidado em garantir que a mãe possa iniciar a amamentação do bebê ainda primeira meia hora após o parto.
“Quando nascem, as crianças precisam ser colocadas imediatamente junto às mães. Óbvio que nos casos em que há problema de saúde isso não é possível. Mas é importante o contato pele a pele. É um vínculo essencial para o desenvolvimento da criança. Hoje, todas as nossas equipem estão atentas e conscientes para esse procedimento”, declara Katherine.
A gerente de Maternidades e Hospitais da Susam, Patrícia Magalhães diz que a certificação foi possível graças ao trabalho diário dos servidores, que superam as dificuldades do dia a dia com esforço dedicação à assistência à saúde de mulheres e crianças das maternidades estaduais.
“Apesar das dificuldades, nossas Maternidades foram recertificadas com louvor, fruto de muito trabalho que é realizado diariamente, nossa missão de prestar assistência à saúde da mulher e da criança de forma humanizada e com qualidade, incentivando o aleitamento materno com as equipes e usuários do SUS. Parabéns a todas”, declarou Patrícia.
Dez passos para ser ‘amigo da criança’
1 – Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser rotineiramente transmitida a toda a equipe do serviço.
2 – Treinar toda a equipe, capacitando-a para implementar essa norma.
3 – Informar todas as gestantes atendidas sobre as vantagens e o manejo da amamentação.
4 – Ajudar a mãe a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto.
5 – Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.
6 – Não dar a recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tenha indicação clínica.
7 – Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia.
8 – Encorajar a amamentação sob livre demanda.
9 – Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.
10 – Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio à amamentação, para onde as mães devem ser encaminhadas por ocasião da alta hospitalar.
Em números
De 2010 a 2016, em todo o Amazonas, foram realizados 544,9 mil partos em hospitais e maternidades do Estado.
Dos 544,9 partos realizados no período de 2010 a 2016, 287.350 foram realizados nas maternidades estaduais localizadas em Manaus.
Mais verbas
Pela habilitação de Hospital Amigo da Criança, as maternidades têm direito a recursos extras nas verbas que recebem do governo federal. Os percentuais variam de 2,5% a 17%, dependendo dos procedimentos realizados pelas unidades. Os procedimentos são Parto Normal, Parto Cesariano, Parto Normal em Gestação de Alto Risco, Parto Cesariano em Gestão de Alto Risco e Parto Cesariano com Laqueadura Tubária.
Como funciona a avaliação
A cada três anos os estabelecimentos de saúde habilitados serão reavaliados, de forma presencial, pelas Secretarias de Saúde dos Estados ou do Distrito Federal, ou, ainda, a qualquer tempo, em virtude de denúncia de irregularidades.
Para a realização das reavaliações, a Secretaria de Saúde dos Estados ou do Distrito Federal designará dois avaliadores, que não poderão manter qualquer vínculo com o estabelecimento de saúde a ser avaliado.
Os avaliadores responsáveis deverão, ao final da reavaliação trienal, informar ao gestor do estabelecimento de saúde ou equivalente, em reunião com toda a equipe, o resultado preliminar.
Com informações da assessoria