A atualização da carteira de vacinação é uma tarefa crucial para manter a saúde dos filhos e prevenir problemas futuros. Dentre as imunizações mais importantes para crianças e adolescentes está a vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano), que pode prevenir cânceres como o de colo de útero, pênis e garganta. Indicada a partir dos 9 anos de idade para ambos os sexos, ela está disponível tanto na rede pública quanto privada.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2018 e 2024, 75,61% das meninas receberam a primeira dose da vacina, mas apenas 58,19% completaram o esquema vacinal de duas doses. Entre os meninos, apenas 52,86% tomaram a primeira dose e 33,12% a segunda. A meta é uma cobertura mínima de 80% para ambos os sexos.
Mesmo adultos que não foram vacinados na adolescência podem se beneficiar do imunizante. Mulheres devem completar o esquema vacinal até os 26 anos e homens até os 45 anos. Além disso, pessoas transplantadas e portadoras de HIV, entre 9 e 45 anos, também devem ser vacinadas. Na rede privada, além da dose Quadrivalente, existe a opção Nonavalente, que oferece proteção contra outros cinco tipos de HPV.
O HPV é responsável por 99% dos casos de câncer de colo de útero, o terceiro mais frequente entre as mulheres no Brasil. O infectologista Marcelo Cordeiro dos Santos, do Sabin Diagnóstico e Saúde, destaca a importância das campanhas de conscientização sobre a vacina e os riscos do HPV. “A vacina e o uso de preservativos nas relações sexuais são as maneiras mais seguras e eficazes para prevenção contra o HPV. Por isso, é fundamental conscientizar sobre sua importância para o enfrentamento da doença”, afirma o médico.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta que estudos internacionais sugerem que entre 25% e 50% da população feminina e 50% da população masculina mundial estejam infectadas pelo HPV. Contraída principalmente através de relações sexuais, a maioria das infecções pelo Papilomavírus Humano é transitória e combatida espontaneamente pelo sistema imune, regredindo entre seis meses e dois anos após a exposição, especialmente entre mulheres mais jovens. “Nos casos em que a infecção persiste, pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras que, se não tratadas, podem progredir para câncer”, explica Santos.
Além da vacinação e do uso de preservativos, o médico recomenda exames e check-ups regulares para o diagnóstico precoce da doença. O contágio por via sexual inclui contato oral-genital, genital-genital ou manual-genital. “Os preservativos devem ser usados sempre, mas não cobrem todas as partes do corpo que podem ser infectadas. Por isso, o acompanhamento médico regular é essencial para detectar e tratar a infecção”, ressalta o infectologista.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas da infecção por HPV variam. Na forma clínica, a doença se manifesta por meio de lesões visíveis como verrugas, conhecidas popularmente como “cristas de galo”. Essas lesões podem surgir no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus em mulheres; e no pênis, bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus em homens. As lesões também podem ocorrer na boca e garganta em ambos os sexos. Infecções subclínicas, que não são visíveis a olho nu, podem aparecer nos mesmos locais e não apresentam sintomas.
O diagnóstico do HPV é realizado através de técnicas de biologia molecular (PCR), que detectam a presença do DNA do vírus. Não há medicamento específico para eliminar o vírus, mas o tratamento das verrugas genitais pode incluir laser, eletrocauterização, ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que fortalecem o sistema imunológico, conforme indicado pelo médico do paciente.
Com informações da assessoria