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Saúde

‘Programa Fila Zero’ mostra resultado nos primeiros dias

Zerar a fila é o principal objetivo do Plano Emergencial de Saúde. (Fotos: Valdo Leão/Secom)

A espera para a realização de exames e consultas com especialistas chegou ao fim, para mais de três mil pessoas logo no primeiro dia de execução do Programa Fila Zero. É o que informa o levantamento feito pelo Complexo Regulador do Amazonas, responsável pela marcação de consultas, exames e demais procedimentos médicos na rede pública.

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Já na quinta-feira (18), um dia após o lançamento do programa, a fila de espera havia reduzido ou até zerado para dezenas de procedimentos, segundo relatório gerado pelo Complexo Regulador. O que significa que se a pessoa chegar numa unidade para fazer determinados tipo de exame não precisará mais esperar tanto.

De acordo com o balanço, cerca de 70 procedimentos tiveram a fila zerada. É o caso das consultas em cardiologia (arritmia), fisiatria, gastroenterologia (hepatológia) e em mastologia geral, além dos exames de ecocardiografia bidimensional infantil, diagnóstico por tomografia (sedação), retinografia fluorescente e retossigmoidoscopia.

Outros 12 doze procedimentos reduziram a fila em 50%. Caso da consulta com o oftalmologista que caiu de 14.288 pessoas na fila de espera para 9.762. A fila para exames de ecocardiograma saiu de 10.111 pessoas para 3.670 esperando na fila hoje.

Zerar a fila é o principal objetivo do Plano Emergencial de Saúde, lançado semana passada pelo governador David Almeida. Para alcançar essa meta, a oferta de serviços da rede estadual de saúde foi aumentada em 20%. De acordo com a coordenadora do Complexo Regulador do Amazonas, Mara Kramer, antes da reestruturação do sistema e da ampliação de oferta, a média de procedimentos diários marcados para quem estava na fila não chegava a mil. “Hoje, estamos marcando três mil em um dia. Isso está fazendo a fila andar mais rápido”, afirma.

O autônomo Manoel Osmar, 59, conta que esperou menos de um mês para a realização de um raio-x. “Eu marquei no início do mês e nem esperava ser chamado agora, porque, normalmente, demora.”, comentou.

“Nós chegamos a ter uma fila de 230 mil em novembro de 2016. Na última quarta, 17, nossa fila estava em 133 mil. Esta semana, recebemos o reforço do Governo com o acréscimo de 20% na oferta em todos os procedimentos – consultas e exames. Em um dia conseguimos baixar em três mil a fila de espera. Isso é para se comemorar”, destacou Mara Kramer.

Como funciona 

Todos os exames e consultas são oferecidos pelo SUS. (Foto: Valdo Leão/Secom)

Todos os exames e consultas oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas especialidades médicas, explica Mara, são marcados via Sistema de Regulação (Sisreg), obedecendo às cotas e tetos destinados a cada unidade de saúde. Todas as unidades de saúde da rede estadual e municipal, além de prestadores de serviços do SUS, estão integradas, seja por telefone ou via internet, ao sistema que permite a marcação online de exames e consultas, imediatamente após à solicitação. Segundo Mara, quando não há vagas em uma unidade o paciente entra na fila de espera.

De acordo com a coordenadora, a ampliação de 20% da oferta dentro do Programa Fila Zero atende tanto à fila de espera, quanto aos novos procedimentos. Ela avalia que, a redução será ainda maior a partir desta semana, quando as prestadoras de serviços particulares devem ampliar a oferta em até 25%.

Mutirão e trabalho dobrado 

Para dar celeridade às marcações e reduzir a fila de espera, o Sisreg tem trabalho em formato de mutirão. De um lado, as unidades de saúde ampliaram a capacidade de atendimento, do outro, os profissionais que atuam na Central de Regulação dobraram o horário de trabalho para dar vazão à fila de espera. Segundo Mara, esse é um trabalho que conta com a união de esforços entre as secretarias estadual (Susam) e municipal (Semsa) de Saúde e todas as unidades de saúde.

Quem já foi beneficiado com essa ação do Governo foi a agricultora Francisca Lima, 50. Ela conta que estava na fila de espera há sete meses para fazer um ecocardiograma, além de uma consulta com o ortopedista. Na última sexta-feira,19, ela esteve no Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz para realizar o exame. “Já tinha perdido as esperanças e pensava até em pagar. Agora, estou feliz porque aqui o hospital é novo e o atendimento é muito bom. Tomara que continue assim”, comemora.

O aposentado Aldefredo Bevilaqua também comemora a iniciativa do Governo e a ampliação da oferta de exames e consultas. Ele aguardava há 11 meses para fazer o mesmo procedimento realizado por Francisca. “Demorou, mas o atendimento aqui foi muito bom. A estrutura do hospital e o cuidado dos médicos deixa a gente mais confortável. Agora vou poder voltar com o resultado em mãos para a próxima consulta.”

Coordenada, Delphina Aziz aumentou oferta de procedimentos

Os números positivos também refletem nas unidades de saúde. O Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, por exemplo, está duplicando a oferta de seis procedimentos. Em dois dias, a média de exames de ultrassonografia saltou de 224 para 598 e os procedimentos de raio-x subiram de 278 para 743. De acordo com o diretor-técnico da unidade, Cássius Segatto, o hospital trabalha com horário estendido para atender a nova demanda.

“O hospital trabalha com o horário estendido que inicia às 6h com término às 22h. Também incluímos um novo sistema de aviso aos pacientes para confirmar o exame. Nós chegamos a enviar dois mil SMSs por dia e também utilizamos nosso Call Center para evitar que o paciente esqueça os exames que foram agendados”.

A direção comemora, também, a redução em quase 100% da fila de espera para alguns procedimentos. “Houve uma redução significativa em muitos procedimentos e em dois já zeramos a fila de espera. Um deles é a tomografia e o outro o ecocardiograma infantil. Este último, já quase conseguimos zerar, uma vez que essa fila chegou a ter dois ou três anos de espera. Hoje ela está curta e com agilidade”, explicou.

Segundo o diretor, a otimização dos recursos tecnológicos e humanos na unidade têm ajudado a reduzir essa fila de espera. Hoje, o hospital é o único na rede estadual a realizar exames de ressonância magnética com o paciente sedado.

Com informações da assessoria