Manaus (AM) – A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), encerrou na tarde desta terça-feira (22), na Unidade Básica de Saúde (UBS) Gebes Medeiros, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste, a primeira etapa do Workshop “Tuberculose Latente: O que você precisa saber na Atenção Primária à Saúde (APS)”.
A programação finalizou a capacitação de 101 profissionais que atuam em 16 unidades de saúde da Zona Leste de Manaus, sendo mais uma estratégia para reforçar as ações no diagnóstico da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) e na oferta do tratamento preventivo.
A técnica do Núcleo de Controle de Tuberculose da Semsa, enfermeira Dinah Cordeiro, explicou que a ILTB ocorre quando uma pessoa foi infectada pela Mycobacterium tuberculosis, mas não tem a manifestação ativa da doença.
“A tuberculose é uma doença transmissível. Por isso, todas as pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com pacientes que receberam diagnóstico confirmado da tuberculose ativa devem ser avaliados para a identificação de casos de tuberculose latente. Assim, é possível iniciar o tratamento preventivo, interromper o ciclo de transmissão e evitar novos casos de tuberculose”, destaca Dinah Cordeiro.
No primeiro semestre de 2023, o município de Manaus registrou 318 tratamentos preventivos direcionados para pessoas diagnosticadas com a Infecção Latente da Tuberculose (ILTB). O número representa um aumento de 31% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo Dinah Cordeiro, o workshop foi desenvolvido como estratégia para reforçar também a identificação dos contatos dos pacientes com tuberculose ativa, além do diagnóstico da ILTB e a oferta do tratamento preventivo, capacitando médicos, enfermeiros, farmacêuticos e técnicos de enfermagem que atuam em 56 Unidades de Saúde distribuídas nos Distritos de Saúde (Disas) Norte, Sul, Leste e Oeste.
“O workshop orienta os profissionais sobre a identificação de contatos, como fazer o diagnóstico da tuberculose latente, sobre o tratamento preventivo e a utilização de ferramentas para monitoramento de contatos”, informou Dinah.
Em 2022, a rede de saúde de Manaus identificou 5.905 contatos, sendo que 3.907 foram examinados para confirmar ou descartar a infecção latente ou a doença ativa.
Normalmente, explicou a enfermeira, os contatos do paciente com tuberculose ativa são as pessoas vivendo na mesma residência ou que convivem em um ambiente fechado por muitas horas, mas pode ser também uma pessoa que frequenta a residência muitas vezes, como a babá, a empregada doméstica e o namorado de alguém da família que dorme no domicílio.
“A ideia com o workshop é ampliar o olhar do profissional na identificação do contato para que seja possível avaliar e monitorar a saúde dessa pessoa”, destacou Dinah.
A próxima etapa do workshop vai acontecer nos dias 23, 24 e 29 de agosto com profissionais do Distrito de Saúde (Disa) Norte, seguida da etapa do Disa Sul nos dias 30 e 31 de agosto e 14, 19 e 20 de setembro; e do Disa Oeste nos dias 21, 26, 27 e 28 de setembro. A programação conta com o apoio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP/AM).
Para participação no workshop, foram selecionadas as 56 UBSs que notificam pelo menos um caso de tuberculose a cada mês, ou seja, acompanham o tratamento de pessoas com a doença e têm demanda para identificação de contatos.
Durante a finalização do workshop na UBS Gebes Medeiros, a técnica responsável pelas ações de controle da tuberculose no Disa Leste, enfermeira Janice Carneiro, lembrou que as pessoas com contato direto com o paciente com tuberculose ativa têm mais chance de desenvolver a doença e por isso precisam de um cuidado maior no atendimento.
“O processo de capacitação tem tido um impacto positivo porque traz o profissional para esse momento em que pode esclarecer dúvidas, aprender, trocar conhecimento e colocar sua experiência. E a gente já percebe mudança na conduta, no manejo clínico do paciente, entre os profissionais”, afirmou Janice Carneiro.
Doença
Em relação aos casos novos de tuberculose, entre janeiro e junho de 2023, Manaus registrou 1.135 casos de tuberculose ativa. No ano passado, o número chegou a 2.653 casos no município.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida como bacilo de Koch. A transmissão da tuberculose ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.
Além do comprometimento imunológico, fatores como pobreza, desnutrição, más condições sanitárias e alta densidade populacional também contribuem para o adoecimento.
O tratamento da tuberculose ativa dura no mínimo seis meses e da tuberculose latente dura três meses, e estão disponíveis de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS).
*Com informações da assessoria