Manaus (AM) – A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou a terceira turma do curso básico em Hanseníase para a Atenção Primária, direcionado a 24 profissionais que atuam na rede municipal de saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, nesta segunda-feira, (4), no auditório do Complexo de Saúde Oeste, no Bairro da Paz, zona Oeste e segue até sexta-feira,( 8).
O objetivo é fortalecer as ações de diagnóstico precoce da hanseníase, promovendo a troca de experiências e aprimorando o conhecimento dos servidores que realizam o primeiro atendimento da população nas unidades de saúde.
Segundo gerente de Vigilância Epidemiológica da Semsa, Cláudia Rolim, a primeira etapa do curso foi realizada em agosto com outra turma de profissionais e uma segunda etapa aconteceu no mês de setembro, com a capacitação de 38 servidores de 29 Unidades de Saúde nas zonas Norte, Leste, Oeste, Sul e Rural.
A próxima etapa do curso vai acontecer no período de 18 a 22 de outubro. “O ponto forte do curso é a parte prática, com orientações sobre a prevenção às incapacidades físicas que podem surgir caso a hanseníase não seja diagnosticada precocemente, evitando que o paciente fique com sequelas”, afirmou Cláudia Rolim.
O conteúdo programático do curso aborda o “Panorama Epidemiológico da Hanseníase”, conceito, transmissão e classificação clínica e operacional; Tratamento, diagnóstico diferencial, diagnóstico das reações hansênicas, recidiva e casos clínicos; exame físico na hanseníase, teste de sensibilidade (térmica, tátil e dolorosa); investigação de contatos, sistemas de informação e fluxos e rotinas do Programa de Controle da Hanseníase; avaliação da função neural e de grau de incapacidade.
“Também é importante reunir os profissionais em uma atividade de capacitação, para que possam trocar experiências da prática diária no atendimento nas UBSs, o que vai enriquecer o aprendizado”, destacou Cláudia Rolim.
Hanseníase
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) e a transmissão ocorre quando uma pessoa doente elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros. Os sintomas podem surgir entre dois e sete anos a partir da contaminação.
Além de atingir a pele, causa danos aos nervos periféricos (pés, mãos e olhos) e pode ocasionar lesões neurais com grau de incapacidade física irreversível, que são responsáveis pelas deformidades que o paciente desenvolve com a doença, quando não ocorre a detecção precoce.
Na fase inicial da doença, os sintomas são caracterizados por lesões na pele que causam diminuição ou ausência de sensibilidade ou lesões dormentes. Em estágios mais avançados pode apresentar edema de mãos e pés, febre, dor na articulação, ressecamento dos olhos, nódulos dolorosos, mal-estar geral, dor ou espessamento dos nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés, e a diminuição ou perda de força nos músculos, inclusive nas pálpebras.
A identificação de casos de hanseníase é feita pelo exame de pele e de nervos periféricos. Este ano, de janeiro a setembro, já foram realizados 31.386 exames dermatológicos na rede municipal de saúde.
A Semsa registrou neste ano um total de 69 novos casos confirmados de hanseníase, sendo cinco diagnosticados em crianças. A partir da confirmação do diagnóstico pelo profissional de saúde, o paciente inicia o tratamento de forma imediata, o que vai interromper o ciclo de transmissão da hanseníase.
*Com informações da assessoria