×

Saúde

Ginecologista esclarece as principais dúvidas sobre contraceptivos de longa duração

Um estudo da The Lancet aponta que mulheres entre 20 e 49 anos preferem contraceptivos de longa duração

Ginecologista esclarece as principais dúvidas sobre contraceptivos de longa duração

Os métodos contraceptivos de longa ação têm ganhado cada vez mais espaço entre mulheres que buscam praticidade, eficácia e segurança. Dentre os mais utilizados estão o Implanon, o Mirena e o DIU de Cobre.

De acordo com o estudo publicado pela revista científica The Lancet, mulheres com idades entre 20 e 49 anos demonstraram uma maior preferência pelos métodos de longa duração, conhecidos pela sigla LARC (Long-Acting Reversible Contraceptives).

O ginecologista e obstetra Leonardo Gobira explicou como funciona cada um desses dispositivos e quais são suas principais indicações.

“A melhor contracepção é aquela que se adapta à rotina, aos planos reprodutivos e ao histórico de saúde da paciente. É fundamental conversar com o ginecologista e avaliar as opções com orientação técnica e individualizada”, disse.

Implanon

O Implanon é um pequeno bastão flexível de 4 cm, inserido sob a pele do braço, que libera gradualmente o hormônio etonogestrel. Ele atua impedindo a ovulação, modificando o muco cervical e tornando o endométrio inadequado à implantação de um embrião.

“É um dos métodos mais eficazes que temos hoje. A taxa de falha é inferior a 1%, mesmo com o uso contínuo por até três anos”, destaca o Dr. Leonardo Gobira.

Segundo o especialista, o procedimento de inserção é rápido e feito no consultório, com anestesia local.  “A paciente pode retornar às suas atividades logo após o procedimento, desde que respeite os cuidados locais nos primeiros dias, como evitar manipular o local e manter o curativo por 24 horas”, orienta.

O retorno da fertilidade após a retirada do Implanon costuma ser rápido. “A ovulação pode voltar em poucas semanas. Muitas mulheres conseguem engravidar no primeiro ou segundo ciclo após a remoção”, afirma o ginecologista.

O Implanon também é uma opção segura para mulheres que estão amamentando. “Ele pode ser inserido a partir da quarta semana pós-parto e não interfere na produção de leite”, afirma.

Mirena

O Mirena é um sistema intrauterino (SIU) que libera levonorgestrel, um hormônio semelhante à progesterona. Ele atua localmente no útero, espessando o muco cervical e atrofiando o endométrio, o que impede a gravidez.

“É um excelente método tanto contraceptivo quanto terapêutico. Além de prevenir a gravidez, reduz consideravelmente o fluxo menstrual e as cólicas, sendo indicado também para quem sofre com endometriose ou menorragias”, explica Gobira.

Com eficácia acima de 99%, o Mirena pode durar de 5 a até 8 anos, dependendo da avaliação médica e do modelo utilizado. “Outro diferencial é a baixa absorção sistêmica do hormônio, o que minimiza efeitos colaterais em comparação com pílulas ou injeções”, comenta o médico.

O Mirena também pode ser usado após o parto. “Recomendamos a inserção a partir da sexta semana pós-parto. Ele é seguro para mulheres em fase de amamentação”, ressalta.

O especialista orienta que o procedimento de colocação é ambulatorial e pode ser realizado com ou sem analgesia, dependendo da sensibilidade da paciente. Ele também observa que após a inserção alguns cuidados são importantes.

“Evitar relações sexuais e absorvente interno por 24 a 48 horas, monitorar sinais de dor intensa ou sangramentos anormais e retornar ao consultório após sete dias para avaliação do posicionamento do dispositivo”, orienta Gobira.

DIU de Cobre

Para mulheres que preferem evitar o uso de hormônios, o DIU de Cobre é uma alternativa segura e altamente eficaz. Trata-se de um dispositivo pequeno em forma de “T” que libera íons de cobre no útero, alterando a motilidade e viabilidade dos espermatozoides, além de provocar uma reação inflamatória estéril que impede a implantação do óvulo.

“É uma das opções mais procuradas por mulheres que desejam contracepção de longo prazo sem interferência hormonal. A eficácia também é superior a 99%. O método pode ser usado para mulheres que nunca engravidaram”, afirma o médico.

O DIU de cobre pode durar até 10 anos e é indicado inclusive no pós-parto. “Ele pode ser colocado até 48 horas após o parto ou após seis semanas, e não interfere na amamentação”, explica.

A inserção também é feita em consultório, com uso de espéculo e pinça, podendo causar certo desconforto, mas de forma geral é bem tolerada. “Recomendamos o uso de anti-inflamatórios antes da inserção, principalmente para mulheres que nunca engravidaram, a fim de reduzir a dor. No caso do DIU de Cobre,  também é recomendado retorno para avaliação médica após sete dias de inserção do método contraceptivo”, aconselha Gobira.

Assim como nos outros métodos, o retorno da fertilidade é imediato após a retirada do DIU. “A ovulação continua acontecendo normalmente durante o uso. Por isso, a paciente pode engravidar no primeiro ciclo após a retirada”, conclui.

Com informações da assessoria de imprensa*

You cannot copy content of this page