Manaus (AM) – A Prefeitura de Manaus realiza, nesta sexta-feira (21), o 2º Encontro de Experiências Exitosas no Cuidado da Lesão Diabética na Atenção Primária à Saúde (APS). Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), o evento visa capacitar profissionais de saúde no tratamento de feridas, por meio de palestras com especialistas e da troca de experiências bem sucedidas e desenvolvidas nas unidades de referência na atenção à lesão diabética da rede municipal.
O evento é voltado a profissionais médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, gestores e acadêmicos da área da Saúde, e acontecerá no auditório da faculdade Martha Falcão – Wyden, situada na rua Natal, nº 300, bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul. A programação abrange palestras e apresentações de casos de sucesso, no horário das 8h às 17h, com intervalo para almoço, das 12h às 14h.
Para a chefe do Núcleo de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Circulatórias e Diabetes, enfermeira Phamela Costa, o evento constitui uma oportunidade para os profissionais de saúde de conhecer mais a fundo sobre o manejo das lesões diabéticas, uma das complicações mais frequentes entre pessoas com diabetes mellitus.
“O encontro vai apresentar aos participantes um panorama das lesões diabéticas, enfocando esse agravo e seu impacto na atenção primária, à avaliação e cuidado de usuários, e destacando tratamentos de sucesso conduzidos pelas equipes da Semsa”, assinala a gestora.
A programação inicia com uma palestra sobre “Epidemiologia e impacto das lesões diabéticas”, feita por Phamela Costa. Logo após, o professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e especialista em estomatoterapia, feridas, estomias e incontinências, Nilson Bezerra, realiza apresentação com o tema “Fisiopatologia das lesões diabéticas e avaliação inicial do paciente”.
Ainda no horário matutino, o enfermeiro da Unidade de Saúde da Família (USF) Franco de Sá, Ítalo Dias, apresenta palestra com foco nas “Práticas clínicas e uso de tecnologia em tratamentos de lesões diabéticas”. Após o intervalo, as atividades seguem à tarde com apresentações de casos de sucesso no cuidado de lesões diabéticas, feitas por enfermeiros das unidades de referência da Semsa.
O 2º Encontro de Experiências Exitosas no Cuidado da Lesão Diabética na APS integra as ações da Semsa pelo Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro). Ao longo deste mês, a secretaria vem intensificando a oferta de serviços, exames e atividades de educação em saúde nas unidades da rede municipal, com foco na prevenção e no cuidado com a doença.
Agravo e atenção
As lesões diabéticas, conforme Phamela Costa, são uma complicação do diabetes marcada por feridas ou úlceras nos membros inferiores, agravadas pela condição.
“Pessoas diabéticas costumam apresentar problemas de circulação e perda de sensibilidade nas pernas e pés em razão da doença e, nessa condição, uma ferida pode demorar mais a cicatrizar e ficar mais propensa a infecções”, explica.
A gestora ressalta que, por conta da sensibilidade reduzida, uma ferida pés ou pernas pode evoluir sem ser notada, trazendo com isso um risco maior de perda do membro.
“Em razão disso, enfatizamos o cuidado com os pés e o autocuidado entre usuários com diabetes, evitando que venham a ter lesões graves, mais difíceis de tratar e capazes de levar à amputação, uma medida extrema e de severo impacto físico, psicológico e social”, aponta.
Phamela informa que o atendimento a usuários com lesões diabéticas é ofertado em todas as unidades da rede municipal, dentre as quais 27 são referência no tratamento do agravo. “Estamos realizando cursos de qualificação com profissionais de outras oito unidades, e com isso chegaremos a 35 unidades de referência até o fim deste ano”.
A Semsa, acrescenta a servidora, também realiza, regularmente, cursos informais de autocuidado para usuários hipertensos e diabéticos, em unidades dos cinco Distritos de Saúde (Disas) da secretaria, Norte, Leste, Oeste, Sul e rural.
Condição crônica
O diabetes mellitus é uma condição crônica caracterizada pelo aumento do açúcar no sangue, em razão da falta ou da má absorção da insulina. Hábitos alimentares inadequados, sobrepeso, obesidade, sedentarismo e hereditariedade estão entre os fatores de risco associados à doença, que é mais frequente em adultos, mas também pode se manifestar em crianças e adolescentes.
Em pessoas diabéticas sem tratamento ou controle da condição, o excesso de açúcar com o tempo pode levar a complicações diversas, como doenças cardiovasculares e renais, problemas de visão, perda da função cognitiva, lesões diabéticas, amputação, entre outras.
O equilíbrio na alimentação e a prática de atividade física são algumas das medidas para controle do diabetes, além de acompanhamento médico regular e realização de exames para aferição dos níveis de glicose. Quando necessário, o tratamento da condição pode incluir ainda o uso de medicamentos e de insulina.
*Com informações da assessoria