Manaus (AM) – O Dia Mundial do Rim é celebrado nesta quinta-feira (10), e a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) faz alerta para os riscos e cuidados que se deve ter com os órgãos. Os rins atuam como filtros do sangue humano, eliminando impurezas e excesso de substâncias em nosso organismo e, por conta disso, o consumo adequado de água deve ser mantido, mas outras medidas de prevenção podem ser adotadas.
O cuidado com os rins passa por todo o corpo, sendo preciso realizar avaliações regulares com médico, nutricionista, praticar atividade física, evitar ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e manter uma boa rotina de noites de sono.
O secretário de Saúde do Amazonas, médico urologista Anoar Samad, afirma que o consumo de água é um grande aliado na prevenção e no combate às pedras nos rins.
“Quanto menos água se ingere, maior é a chance de formação do chamado cristal urinário. Se a pessoa continua bebendo pouca água, a tendência é outros cristais grudarem no inicial, aumentando de tamanho e virando uma pedra de verdade. É importante ainda evitar o consumo em excesso de alguns alimentos, como carne vermelha, leite e derivados, frutos do mar, sardinha e sal de cozinha, pois elevam o cálcio e o ácido úrico na urina”, disse o secretário.
O enfermeiro da Rede de Crônicos da SES-AM, Erasmo Vieira, estima que uma pessoa adulta deve beber cerca de 2 litros de água por dia, mas existe um cálculo que aponta a quantidade mais adequada conforme o peso da pessoa. “O volume de água depende do peso que cada pessoa possui. Fazendo um cálculo de 30ml por quilo, por exemplo, uma pessoa que pesa 60 kg deve ingerir 1.800 ml de água por dia”, indicou o enfermeiro.
Riscos
O enfermeiro também aponta que o consumo de bebida alcóolica; a automedicação, que também pode ser um risco para o fígado, estômago, cérebro, sistema imunológico e hormonal; o uso exagerado de remédios sem receita médica; e diuréticos podem ser fatores de risco para os rins.
“Mesmo os medicamentos sem receita, liberados pela OMS, devem ser evitados ou tomados com parcimônia, e se os sintomas persistirem, um profissional médico deve ser procurado. Diuréticos são medicamentos que, como o nome diz, aceleram ou favorecem a diurese, ou seja, retiram água do organismo, e devem ser consumidos apenas com orientação médica ou odontológica para que a ação do medicamento seja direcionada”, recomendou.
O consumo exagerado de alimentos industrializados também é fator de risco para os rins, pois eles têm alto teor de acidulantes, conservantes e sódio, que favorecem a formação de cálculos, assim como o uso de drogas ilícitas. Até mesmo atividades físicas em ambientes muito quentes devem ser evitadas, pois levam à destruição de fibras musculares que causam rabdomiólise, liberando na corrente sanguínea substâncias que afetam os rins e o sistema urinário.
Assistência
Os sintomas de atenção para quem está com problema nos rins são: retenção de líquido, que leva ao inchaço nas pernas, tornozelos ou pés; sonolência; falta de apetite; falta de ar; fadiga e náusea.
O cuidado com a saúde destes órgãos deve ser iniciado e realizado de modo contínuo com o primeiro atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Após essa primeira avaliação, caso seja necessário acompanhamento especializado, o paciente será encaminhado para uma unidade da rede pública estadual para realizar o tratamento adequado.
O Estado dispõe de unidades reguladas para atendimentos em policlínicas, emergências e fundações para assistência com nefrologistas, urologistas e cirurgiões. No ano passado, a SES-AM registrou mais de 700 procedimentos realizados por conta de cálculo renal, sendo mais de 400 cirurgias.
TFD
A SES-AM também dispõe do programa Tratamento Fora de Domicílio (TFD) para pacientes que necessitam de acompanhamento não ofertado no Estado, como o transplante de rim. A nefrologia, especialidade médica para diagnóstico e tratamento clínico das doenças do sistema urinário, principalmente dos rins, é a que possui maior demanda.
Em 2021, o TFD teve abertura de 183 novos processos para nefrologia no Amazonas, para transplante renal. Nos últimos cinco anos, mais de 850 pacientes abriram processos em busca de suporte via TFD para o transplante. Para efeito de comparação, a neurologia, segunda especialidade com maior demanda do programa, atendeu mais de 300 pacientes desde 2017.
*Com informações da assessoria