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Saúde

Câncer de tireoide é silencioso e a ultrassonografia é essencial no diagnóstico da doença, explica médico

De acordo com o INCA, foram computados 2,6% casos de câncer de tireoide no Brasil

Câncer de tireoide é silencioso e a ultrassonografia é essencial no diagnóstico da doença, explica médico

O câncer de tireoide é o tipo de câncer que mais cresce em incidência no mundo, com maior predominância entre as mulheres e em regiões com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). No Brasil, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), essa doença representou aproximadamente 2,6% de todos os casos de câncer diagnosticados em 2023.

Diante desse cenário, o médico Jorge Leão, especialista em diagnóstico por imagem e presidente da Comissão Nacional de Ultrassonografia da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), ressalta a importância da ultrassonografia como uma ferramenta essencial para o diagnóstico precoce do câncer de tireoide, além de auxiliar na triagem e no monitoramento de linfonodos atípicos, que podem ser suspeitos de implantes secundários.

 “Por meio da classificação ultrassonográfica de risco TI-RADS, desenvolvida pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR), conseguimos identificar nódulos com maior suspeita de malignidade, indicando a necessidade de uma Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF). Esses nódulos podem ser encaminhados para avaliação citológica, que confirma a suspeita de câncer utilizando a classificação Bethesda, e, com isso, os pacientes podem ser submetidos a uma cirurgia precoce com altas chances de cura”, explica Leão.

O médico também destaca o papel crucial do ultrassom na monitorização dos pacientes em tratamento. O exame permite avaliar os linfonodos cervicais em até sete níveis, ajudando a identificar possíveis metástases, o que pode levar à realização de novas punções para confirmar ou descartar a disseminação do câncer.

“O câncer de tireoide é um dos cânceres que têm um dos melhores prognósticos. As chances de tratamento e de cura são altíssimas. Quase sempre quando o paciente é submetido à cirurgia, ele se cura. Uma das ferramentas muito importantes para o diagnóstico de câncer de tireoide é o ultrassom, porque é um câncer silencioso”, destacou.

De acordo com o especialista, o exame de ultrassonografia é não invasivo, amplamente acessível e permite a detecção de nódulos e alterações que podem indicar malignidade, viabilizando a investigação precoce e aumentando as chances de tratamento bem-sucedido.

“Muitas vezes, o homem pode ter um câncer de próstata, por exemplo, que você está com ele há dez anos e se ele não fizer o ultrassom, não vai descobrir. Outras vezes, o homem pode ter um achado de necropsia, ou seja, passou a vida inteira com aquele câncer, não cresceu e não teve repercussão. Antes, ninguém tinha ultrassom de tireoide. Hoje, o ultrassom de tireoide virou rotina. Tanto o ginecologista, quanto o urologista já incluem o ultrassom de tireoide nos exames de rotina”, explicou Leão.

O especialista destaca dois pontos importantes: um deles é a função da tireoide, que pode estar alterada em casos de hipotireoidismo, quando a glândula está funcionando menos do que deveria, ou hipertireoidismo, quando está funcionando em excesso.

“Esses distúrbios geralmente causam sintomas específicos, como cansaço, ganho ou perda de peso, alterações no humor, entre outros. A outra questão é a presença de nódulos na tireoide. Você pode ter nódulos mesmo com a função da glândula completamente normal. E, na maioria dos casos, esses nódulos não causam nenhum sintoma. Eles são descobertos com o ultrassom”, conclui o médico.

Texto: LD Comunicação

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