Manaus (AM) – O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid-19, repudiou o encontro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com a deputada alemã Beatrix von Storch, vice-líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), investigado por propagar ideias extremistas e neonazistas.
Aziz afirmou que o Congresso Nacional não pode se calar diante do aceno do mandatário do país a apoiadores do nazismo.
“Temos que respeitar o povo judeu. Eu vejo várias bandeiras de Israel nas manifestações pró-Bolsonaro e ele às escondidas se reúne com uma deputada nazista. Este congresso, o presidente do Congresso Nacional, não podem se calar, não podemos permitir isso. Nazismo não”, enfatizou o senador.
Aziz classificou o episódio como “uma afronta”. “Às escondidas, o presidente recebe uma deputada nazista, afrontando a Constituição brasileira, a nossa democracia, afrontando o holocausto, afrontando o Exército Brasileiro que lutou contra o nazismo”, continuou.
Lugar errado, na hora errada
O encontro de Bolsonaro com a deputada neonazista ocorreu fora da agenda. No entanto, foi compartilhado nas redes sociais da parlamentar.
Em março deste ano, a agência de inteligência da Alemanha colocou o partido de Beatrix von Storch sob vigilância. As comunicações e os movimentos do AfD estão sendo controlados pela inteligência alemã, conhecida como Ação Federal para a Proteção da Constituição, desenvolvida para proteger o país da ascensão de políticas semelhantes ao nazismo.
Neta de nazista
Atualmente, a sigla AfD é conhecida pelo discurso radical anti-imigração. O partido adotou recentemente programa eleitoral com aspectos negacionistas da pandemia.
Beatrix von Storch é neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, que serviu como ministro das Finanças da ditadura de Adolf Hitler por mais de 12 anos.