
Omar Aziz (Foto: Divulgação/Agência Senado)
Manaus (AM) – A entrevista concedida pelo senador Omar Aziz a um veículo de comunicação local não foi apenas mais uma conversa sobre política. Foi, sobretudo, um recado calculado, direcionado tanto ao eleitor quanto aos aliados — e aos que podem deixar de sê-lo. Com discurso firme, Aziz deixou claro que está no jogo para 2026 e que não pretende mais atuar nos bastidores em silêncio.
Sem anunciar formalmente a pré-candidatura ao Governo do Amazonas, o senador adotou o que os analistas chamam de “pré-lançamento simbólico”: falou de experiência, criticou a improvisação administrativa, cobrou resultados concretos e se colocou como alternativa à atual condução do Estado e das principais cidades, especialmente Manaus.
O clima da entrevista foi de afirmação política. Omar Aziz se apresentou como liderança consolidada, destacando sua trajetória no Executivo estadual e no Congresso Nacional. Ao mesmo tempo, evitou nomes diretos, mas deixou subentendidas críticas a gestores que, segundo ele, “confundem marketing com governo” e “tratam o poder como projeto pessoal”.
Nos bastidores, a leitura é clara: a fala do senador expõe fissuras em alianças tradicionais, inclusive com o prefeito de Manaus, David Almeida. Fontes próximas ao meio político avaliam que o tom adotado por Omar não dialoga mais com uma relação automática de apoio, indicando que uma ruptura política pode estar em curso — ainda que não declarada oficialmente.
A entrevista também sinalizou que Omar Aziz pretende construir um discurso voltado ao interior do Estado, à retomada de políticas estruturantes e ao fortalecimento institucional, contrastando com o que classificou como gestões marcadas por conflitos, denúncias e desgaste público.
Outro ponto central foi a defesa de um debate eleitoral menos personalista e mais focado em resultados. Para aliados, a fala funciona como um ensaio do discurso que deverá ser aprofundado nos próximos meses, preparando terreno para o anúncio oficial da pré-candidatura.
No xadrez político amazonense, a entrevista não passou despercebida. Mais do que palavras, Omar Aziz lançou sinais. E, na política, sinais costumam anteceder movimentos. O recado foi dado: 2026 começou — e o senador não pretende assistir da arquibancada.







