
Senador e presidente da CPI da pandemia, Omar Aziz (PSD). (Foto: Divulgação)
Manaus (AM) – O senador amazonense e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia, Omar Aziz (PSD) abriu os trabalhos no senado federal nesta terça-feira (10) comentando a respeito do desfile de blindados em frente à esplanada dos ministérios. Aziz disse que foi uma “cena patética”, que evidenciou “fraqueza” de Bolsonaro. Aziz disse ainda que “não haverá golpe contra a democracia”. Outros senadores também criticaram o ato militar.
O convite que a Marinha entregou para Bolsonaro seria para participar de um exercício militar em Formosa, cidade goiana do Entorno de Brasília. O exercício ocorre todo ano, desde 1988, e o presidente da República da vez geralmente é convidado.
No entanto, não é usual o ato do convite, a Marinha passar com mais de 30 veículos militares na frente do Palácio do Planalto, como ocorreu nesta manhã.
O ato militar ocorreu no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados tem previsão de votar no plenário a proposta do voto impresso, defendida por Bolsonaro e aliados. A proposta já foi derrotada na comissão especial, e a expectativa é que perca também no plenário.
Entre os parlamentares, a demonstração da Marinha foi vista como tentativa de intimidação.
“O Brasil vive o maior período democrático de sua história. Hoje temos eleições livres, instituições fortes e independência dos Poderes. Bolsonaro não tem o direito de usar a máquina pública para ameaçar a própria democracia que o elegeu”, declarou Omar no Twitter.
Outros parlamentares estão nessa fileira
O deputado federal José Ricardo (PT), também comentou o assunto e afirmou que a atitude do presidente representa desespero. “No dia da votação da PEC 135/2019, Bolsonaro coloca tanques na Praça dos Três Poderes. Não iremos nos intimidar com demonstrações de força, que mais parecem demonstrações de fraqueza. Iremos pautar a PEC do Voto Impresso e ela será derrotada. Viva a nossa democracia”.
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL) reafirmou que a postura do presidente é um atentado à democracia. “Sobre essa história de tanques nas ruas. Não quero crer que isso seja uma tentativa de intimidação da Câmara dos Deputados, mas, se for, aprenderão a lição de que um Parlamento independente e ciente das suas responsabilidades constitucionais é mais forte que tanques nas ruas”, afirma.