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Política

José Melo anuncia retorno à política e diz que foi vítima de Braga

O ex-governador do Amazonas teve seu mandado cassado em 2017

Durante a entrevista, o político foi às lágrimas ao falar sobre como foi vítima de adversários como Eduardo Braga. (Foto: Divulgação)

Manaus (AM) – O ex-governador do Amazonas, José Melo, que teve seu mandado cassado em 2017, falou pela primeira vez à uma emissora de rádio e tv local na manhã desta segunda-feira (08). Em uma conversa franca, Melo fez uma retrospectiva sobre como entrou na política, assustou “velhos caciques” e acabou caindo no que chamou de “pernadas políticas”.

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Tendo atuação como professor, Melo é filiado do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), está lançando sua pré-candidatura a deputado estadual para defender a matriz econômica ambiental. Durante a entrevista, o político foi às lágrimas ao falar sobre como foi vítima de adversários como Eduardo Braga, a quem venceu no segundo turno nas eleições de 2014.

José Melo lembra que foi convidado pelo então senador Eduardo Braga, para fazer parte do governo dele na época e que os dois tinham um ”compromisso firmado’’.

”Ele me perguntou: ‘Você vem me ajudar? O que você quer da sua vida?’. Eu disse que queria ser governador um dia, ele me disse: ‘muito bem, me ajude agora que eu te ajudo depois, é um compromisso’. Esse compromisso foi firmado, depois não foi cumprido”.

“Meus planos eram ter uma candidatura em chapa ao governo com ele [Eduardo Braga], então falei com ele, então vamos fazer chapa? No que ele me respondeu com um sorriso: ‘tu achas que eu vou perder uma eleição para um professorzinho do interior?’. Nisso eu respondi para ele: ‘bem enquanto você dorme até às 11h, eu já estou acordado às 5h rezando e às 6h já estou trabalhando’. Naquele ano venci ele com 173 mil votos de diferença”, declarou.

Eduardo Braga foi autor do inquérito que desencadeou na cassação de José Melo, sendo acusado por compras de votos durante o processo eleitoral de 2014 em um valor de pouco mais de R$ 7 mil. Em suas próprias palavras, o ex-governador foi vítima de Braga.

“Se Eduardo Braga fosse um vírus, seria o covid-19. Eu me considero vítima dele, primeiro porque o ajudei a vencer uma lenda no Amazonas, que era Amazonino e segundo porque fui enganado, ele não cumpriu com a palavra dele de me apoiar. Eu não posso dizer que cai em uma armação porque não cabe a mim falar da justiça assim, mas foi algo bem armado”, afirma.

Projeto 2022

Melo afirma que as riquezas da Amazônia devem ser exploradas de forma sustentável e destaca quais ações serão discutidas para a defesa da economia ambiental.

“Isso tudo tem que ser explorado de forma sustentável, e eu vou agora durante esse tempo, discutir mineração, petróleo de gás, a parte fitoterápica, peixe em cativeiro e alguns trilhões de madeiras que podem ser retiradas de forma sustentável’’, destacou o novo candidato.

Melo afirma que quando se candidatou ao governo, procurou Eduardo Braga para firmar a aliança, no entanto, o que escutou não o foi o mesmo dito tempos antes. ”Melo aquilo passou, política é como o tempo’’, disse Braga à José Melo.

Tempos depois, os dois disputaram as eleições de 2014 para governador do Amazonas. José Melo foi eleito com mais de 173 mil votos de diferença no segundo turno.

Trajetória

Nas eleições no Amazonas em 2010, filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), José Melo elegeu-se a vice-governador do estado do Amazonas, na chapa encabeçada por Omar Aziz. Assumiu o cargo de governador do Amazonas pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS), quando Omar Aziz foi disputar o Senado nas eleições de 2014. Candidatou-se à reeleição, vencendo no segundo turno.

Em 28 de março de 2016, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) decidiu manter Melo como governador temporariamente.[2] No dia 31 de março de 2017, o TRE-AM cassou os mandatos do governador e do vice-governador, pela denúncia de compra de votos ocorrida nas eleições de 2014.

Em 4 de maio de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou a chapa Melo/Henrique por 5 votos pela condenação a 2 votos pela absolvição.

Em 21 de dezembro de 2017, José Melo de Oliveira foi preso pela polícia federal, em um sítio localizado no município de Rio Preto da Eva.

*Com informações da assessoria