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Polícia

‘Vai morrer todos os PCC’, diz bilhete achado com jovem morto no Puraquequara

Segundo testemunhas, vítima foi retirada, ainda com vida, do porta-malas de um carro preto, de características não identificadas

O corpo da vítima estava em uma ribanceira do ramal (Foto: Josemar Antunes)

Manaus (AM) – Anderson Carvalho de Oliveira, 23, foi encontrado morto no final da tarde desta quinta-feira (29), no ramal Braço do Farinheiro, localizado na estrada do Puraquequara, no bairro Puraquequara, na Zona Leste da capital amazonense. A vítima estava com as mãos e pés amarrados, além de perfurações de tiros pelo corpo.

Segundo informações de moradores do local, o homicídio ocorreu por volta das 17h30. O jovem foi retirado, ainda com vida, do porta-malas de um carro preto, de características não identificadas. Ele foi levado amarrado para a ribanceira do ramal e, em seguida, morto a tiros. Os assassinos fugiram sem serem reconhecidos.

Policiais militares da 28ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) foram acionados e confirmaram a morte da vítima. Por conta da região ser de difícil acesso, uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) foi acionada para ajudar no resgate do cadáver.

Recado com ameaças de morte (Foto: Josemar Antunes)

Ao lado do corpo, um bilhete foi encontrado atribuindo o crime por uma facção criminosa que atua em Manaus. Na frase com palavrões “Trem bala tá pista. Vai morrer todos os PCC*. Não adianta se esconder que nós vai explodir todos vcs. PCC* fud*”.

Para finalizar o recado em uma folha de caderno, faccionados do Comando Vermelho (CV), ameaçam de morte integrantes do grupo rival conhecidos como “GG”, Filé”, Yago”, Betinho”, Alexandrizinho” e “Sapo”.

Anderson Carvalho de Oliveira foi morto a tiros (Foto: Josemar Antunes)

Conforme uma perita criminal, do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), a vítima foi morta com cinco tiros à queima-roupa, sendo axila, cabeça e queixo.

Ao Diário Manauara, uma das moradoras do local, que pediu para não ser identificada, disse que esse tipo de crime faz parte da rotina na região e pediu iluminação pública.

“Eu ouvi os disparos e juntamente com outro moradores fomos ao local. Infelizmente, já estamos acostumados com assaltos e assassinatos por aqui”, informou.

A moradora conta ainda que muitos carros e motos passam pelo ramal, e por causa da falta de iluminação pública, dificulta qualquer tipo de identificação de atividade suspeita.

“Precisamos que o poder público municipal ou estadual dê mais atenção aos moradores do ramal, com a instalação de luminárias”, desabafou.

O corpo da vítima foi removido pelo IML (Foto: Josemar Antunes)

O corpo da vítima foi removido por uma equipe do Instituto Médico Legal (IML). O crime será investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (DEHS).

Guerra de facções criminosas

Em guerra com membros do Comando Vermelho (CV), o Primeiro Comando da Capital (PCC) ganhou força nos últimos anos na disputa pelo controle do tráfico de drogas. O PCC de origem paulista começou ocupar os espaços deixados pela extinta facção criminosa Família do Norte (FDN), iniciando conflito com os interesses do CV, originário do Rio de Janeiro.

A vítima estava com mãos e pés amarrados em área de mata (Foto: Josemar Antunes)

A guerra entre CV e PCC já produziu mais de uma centena de mortes em Manaus e no interior do Amazonas. As facções, que têm formas de organização diferente, passaram formar tropas para manter o poder do tráfico. CV e PCC querem dominar o maior número possível de bocas de fumo para garantir arrecadação financeira, e por esta razão se enfrentam com derramamento de sangue.

O conflito entre as facções criminosas carioca e paulista também atinge a população do bem, que fica a mercê da violência nas ruas. A rivalidade está matando, principalmente, jovens. A disputa pelo controle do tráfico de drogas produz mortes que levam a outras mortes, porque há sempre o objetivo de vingança.

Apesar da sensação de impotência contra as facções criminosas, a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM) tem intensificado ações policiais para coibir a criminalidade na capital amazonense e no interior, com apreensões de armas, drogas e prisões.

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