
Gelson Lima Carnauba, o “Mano G” (Foto: Divulgação)
Manaus – Gerson Lima Carnaúba Carnaúba, conhecido por “Mano G”, considerado um dos principais líderes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), ganhou liberdade na terça-feira (15). O desembargador Sabino da Silva Marques, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), concedeu alvará de soltura para o preso.
A decisão atende pedido de “habeas corpus” impetrado pela defesa do acusado por conta de suposto excesso de prazo. A soltura refere-se ao processo que Gerson Carnaúba foi apontado como responsável por rebeliões sangrentas no massacre do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) em janeiro de 2017. Ele responde por homicídio qualificado.
Mano G
Gerson Lima Carnaúba, o “Mano G”, é o principal líder do CV de origem carioca ramificado no Amazonas. O mesmo já esteve na cúpula da Família do Norte (FDN), o qual ajudou a fundar ao lado do narcotraficante José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, o terceiro grupo criminoso da país, que também tinha como líder João Pinto Carioca, o “João Branco”.
Em 2015, a Polícia Federal identificou que a Família do Norte e o CV se aliaram na região para barrar a expansão do Primeiro Comando da Capital (PCC), com base paulista. A rivalidade entre as facções criminosas motivou o maior massacre em presídios do Amazonas, resultando em 56 mortes no Compaj.
No entanto, a parceria entre CV e FDN chegou ao fim em 2018. Conforme apuração do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), as facções criminosas começaram a disputar pelo controle do tráfico de drogas. Os ataques no Compaj foram atribuídos após “racha”.
Os líderes da FDN descobriram um plano de traição arquitetado pelo ex-integrante da facção Gelson Carnaúba, o “Mano G”. Por outro lado, João Pinto Carioca, o “João Branco”, teria supostamente se aliado ao CV para isolar Compensa da liderança do grupo criminoso.
Nos últimos anos, o tráfico de drogas é disputado pelas três facções: FDN, Comando Vermelho e PCC. Nessa guerra, muitas pessoas foram assassinadas e os crimes desafiam serviços de inteligência da segurança pública.