Adriana Andrade Gomes, 27, foi assassinada com tiros na cabeça (Fotos: Divulgação)
Manaus (AM) – A ousadia dos criminosos voltou a aterrorizar moradores da Zona Norte de Manaus. Adriana Andrade Gomes, 27, foi executada a tiros na tarde desta segunda-feira (22), dentro da própria casa, na rua Pinhalzinho (antiga rua 11 de Dezembro), no residencial Tapauá, bairro Colônia Terra Nova.
Segundo informações da polícia, Adriana estava na cozinha quando foi surpreendida por homens enquanto pegava alimentos na geladeira. Ela foi alvejada com três disparos, sem chance de defesa. O Instituto Médico Legal (IML) fez a remoção do corpo e o caso está sob investigação da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).
O delegado plantonista de Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Daniel Pieri Vezzani, classificou o crime como de extrema ousadia:
“A execução ocorreu dentro da residência, em plena luz do dia, o que mostra não apenas a gravidade, mas também o nível de afronta à ordem pública e à própria sensação de segurança dos moradores”.
Histórico criminal
Adriana foi presa com duas submetralhadoras municiadas (Foto: Divulgação)
Adriana Andrade já havia sido presa em flagrante em 1º de outubro de 2024, ao lado do companheiro Ramon Carvalho de Oliveira, portando duas submetralhadoras calibre 9mm municiadas no bairro Parque Dez.
Na ocasião, Adriana resistiu à prisão, chegando a morder policiais militares, fato que gerou autuação também pelo artigo 129, §12 do Código Penal (lesão corporal no contexto de violência contra agente público). Ramon, por sua vez, já possuía histórico por porte ilegal de arma de fogo.
Ambos foram denunciados pelo Ministério Público do Amazonas com base no art. 16 da Lei 10.826/03 (posse/porte de arma de uso restrito). Adriana também foi denunciada pelo art. 329 do CP (resistência à prisão).
Ramon e Adriana foram soltos em fevereiro de 2025 (Fotos: Divulgação)
A sentença da 4ª Vara Criminal reconheceu parcialmente a procedência da acusação, condenando o casal pelos crimes relacionados ao arsenal apreendido. Adriana e Ramon obtiveram o alvará de soltura provisório em 27 de fevereiro de 2025.
Execução e investigação
Ainda não há informações sobre a motivação do crime, mas a DEHS trabalha com a linha de investigação ligada a possíveis acertos de contas. O delegado Vezzani informou que a “a vítima tinha antecedentes e um histórico de envolvimento em crimes graves, o que não exclui outras hipóteses, mas direciona parte do trabalho investigativo”.
Segurança sob ameaça
A execução reacende o debate sobre a fragilidade da segurança pública em Manaus, especialmente em bairros periféricos. Apesar dos investimentos do governo estadual em viaturas, armamentos, tecnologia e concursos, episódios como este mostram que a criminalidade segue avançando, muitas vezes com sensação de impunidade.
