
‘Max’ foi executado com mais de 12 tiros, dentro do próprio veículo, no estacionamento de um lanche (Foto: Lucas Pereira/DM)
O ex-presidiário Makysoniel Nogueira Braga, conhecido como ‘Max’, 33, foi executado com mais de 12 tiros, dentro de um carro no estacionamento de um lava jato e lanche do DJ Evandro Jr., na Avenida Tefé, bairro Japiim, Zona Sul de Manaus. Segundo a polícia, a vítima era considerada como braço direito do narcotraficante e líder da facção criminosa Família do Norte (FDN) João Pinto Carioca, o ‘João Branco’.
O crime aconteceu por volta das 18h40, ao lado da sede do Instituto de Engenharia e Fiscalização do Transito de Manaus (Manaustrans). ‘Max’ foi assassinado com mais de 12 tiros de pistola calibre ponto 40, dentro do próprio veículo, modelo Saveiro, cor vermelha, placa PHL-8190, quando deixava o estacionamento do local após lavar o veículo.

‘Max’ foi assassinado dentro de um veículo modelo Saveiro, cor vermelha, placa PHL-8190 (Foto: Divulgação)
De acordo com policiais militares da 3ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), o atirador entrou a pé no estacionamento e empreendeu fuga do lugar em uma motocicleta, com o apoio de outro homem após efetuar os disparos à queima-roupa. A maioria dos tiros atingiu cabeça, peito e costas de ‘Max’, que morreu na hora.
Durante a ação do atirador, um homem identificado como John Williams Monteiro Barbosa, 31, foi alvejado com três tiros. A vítima foi socorrida e levada para o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Zona Sul, no bairro Colônia Oliveira Machado, Zona Sul da cidade. Não há informações sobre o estado de saúde da vítima.

O corpo de ‘Max’ foi recolhido para a sede do IML, na Zona Norte de Manaus (Foto: Lucas Pereira/DM)
Após a execução, peritos criminais do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) e investigadores da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) estiveram no local coletando indícios que pudesse identificar a autoria, mas ainda não tem pistas sobre o pistoleiro.
O corpo de ‘Max’ foi recolhido para o Instituto Médico Legal (IML). O caso será investigado pela DEHS.
Prisão
Makysoniel foi preso pela Polícia Federal (PF), juntamente com o narcotraficante e líder da FDN ‘João Branco’, no dia 25 de fevereiro de 2016, no município de Pacaraima (a 188 quilômetros de Boa Vista-RR).
Apontado pela Polícia Civil como braço direito do narcotraficante, Makysoniel ajudou ‘João Branco’ a voltar para o Brasil pela fronteira com a Venezuela. Na ocasião, ele dirigia o carro onde estava o líder da FDN.
Além de ‘Max’ e ‘João Branco’, Carlos Antônio Oliveira Oliveira, 21, e Alexandre de Oliveira Lemos, o ‘Alan’, 33, conhecido como chefe do tráfico de drogas na Zona Oeste de Manaus, também foram presos pelos agentes federais do Estado de Roraima. De acordo com a PF, Alexandre e Carlos seguiram na frente em outro veículo para verificar se havia policiais na fronteira.

Narcotraficante e líder da FDN ‘João Branco’ (Foto: Divulgação)
Na abordagem, ‘João Branco’ apresentou documento falso com o nome de Jonatas Peres Soares, mas os policiais federais que o reconheciam por fotos, perceberam a farsa e deram voz de prisão ao narcotraficante.
‘João Branco’ havia fugido pela porta da frente do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no quilômetro 8 da BR-174, que liga Manaus a Boa Vista. O narcotraficante é apontado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) como mandante da morte do delegado Oscar Cardoso, assassinado com vários tiros, na tarde do dia 9 de março de 2014, no bairro São Francisco, Zona Sul quando saía de casa na companhia do neto.
Operação La Muralla
A organização criminosa Família do Norte (FDN) liderada pelo narcotraficante ‘João Branco’ começou a ser desmantelada durante a operação ‘La Muralla’, deflagrada pela Polícia Federal do Amazonas no dia 20 de novembro de 2015, que resultou no cumprimento de 86 mandados de busca e prisão. A operação também foi realizada em outros estados do Brasil, onde seis advogados e um vereador do município de Tonantins (a 865 quilômetros de Manaus).
Conforme o Ministério Público Federal (MPF0, cem pessoas ligadas à FDN foram denunciadas por tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, organização criminosa e de envolvimentos em assassinatos na capital e interior do Amazonas. O grupo tinha uma associação na tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Peru para comprar drogas e armamentos de grosso calibre, que eram transportados até Manaus.
Além disso, a FDN mantinha um ‘Tribunal do Crime’, onde decidiam em reuniões sobre as vidas e mortes dos envolvidos com o crime. Outros principais líderes da organização criminosa são José Roberto Fernandes Barbosa, o ‘Zé Roberto da Compensa’, Alan de Souza Castimário, chamado de ‘Nanico’, Cleomar Ribeiro de Freitas, o ‘Copinho’, e Gelson Lima Carnaúba, conhecido como ‘Gerson Carnaúba’ ou ‘Mano G’. Todos os líderes da FDN estão presos em presídios federais de segurança máxima.