Manaus – Levando uma vida de luxo em um bairro de classe média, em Fortaleza, no estado do Ceará, o traficante de drogas Lenon Oliveira do Carmo, 39, o “Bileno”, foi preso na manhã de sábado (17), por equipes da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).
Lenon tinha mandado de prisão aberto desde fevereiro deste ano, assinado pela desembargadora Onilza Abreu Goreth, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM). Ele era considerado foragido da Justiça amazonense há mais de um ano.
Segundo fontes policiais, ao Portal Diário Manauara, Lenon foi integrante da facção criminosa Família do Norte (FDN), sendo um dos braços direitos na cúpula da organização de José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, que está preso em uma unidade de segurança máxima, no estado do Paraná.
Após sair da FDN, Lenon integrou o Comando Vermelho (CV), onde passou a ocupar um posto de comando na facção criminosa de origem carioca, que atualmente, domina os pontos de drogas na capital amazonense antes controlada pela FDN. Ele se tornou uma espécie de executivo do chefe da facção, o presidiário Gelson Carnaúba, vulgo “Mano G”.
As investigações concluíram que, mesmo em outro estado, Lenon gerenciava as atividades do CV, controlando pontos de drogas nos bairros Colônia Antônio Aleixo, Puraquequara e Distrito Industrial 2, além da invasão da Fé, todos na Zona Leste de Manaus.
Conforme as investigações, ele recebia drogas produzidas no rio Abacaxis, no município de Nova Olinda do Norte (a 135 quilômetros de Manaus) e escova as cargas de maconha na orla dos bairros na Zona Leste e Sul da capital.
Ainda conforme a polícia, Lenon ostentava uma vida de luxo com a família em uma mansão na capital cearense, sustentada com o dinheiro do tráfico e taxas das invasões no bairro Colônia Antônio Aleixo e Puraquequara.
Considerado pela polícia de alta periculosidade, sem piedade dos rivais, ele foi preso no dia 06 de março de 2014 durante operação no bairro Santa Etelvina, na Zona Norte, deflagrada pela equipe da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Ele responde a processos que somam pena superior a 60 anos de prisão.
O traficante ficou por quatro meses no Presídio de Mossoró, no Rio Grande Norte. Ao retornar para o Amazonas, obteve da Justiça o direito à prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, no entanto, ele destruiu o equipamento e fugiu do estado.
Após massacre com mortes e fuga nas unidades prisionais do Amazonas, Lenon foi apontado como um dos responsáveis e entrou para lista de procurados. Para despistar a polícia, Lenon fez cirurgias plásticas no rosto para ganhar uma nova aparência, mudou de identidade e passou a se chamar Aylon Soares Cardoso.
Lenon foi preso quando visitava sua nova residência, de alto padrão, que fica a poucos metros da praia de Icaraí, no litoral cearense. A prisão ocorreu após dois de campana. Ele será transferido para Manaus, onde será ouvido pelas autoridades policiais.