
Corpo esquertejado e parcialmente queimado (Foto: Divulgação)
Manaus (AM) – A guerra entre facções criminosas fez mais uma vítima brutal na capital amazonense. Na madrugada deste domingo (22), um corpo foi encontrado esquartejado, decapitado e parcialmente queimado, próximo à Escola Municipal Professora Sônia Maria da Silva Barbosa, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus. A cena de barbárie foi registrada por moradores da área e viralizou nas redes sociais ao som de “trilha sonora musical de festa junina”. Veja o vídeo na íntegra abaixo.
Vídeos divulgados mostram o momento em que criminosos, supostos integrantes da facção Comando Vermelho (CV), exibem Darlei Sales de Vasconcelos, conhecido como “Argentino”. Em outro registro, o corpo em chamas como se fosse uma fogueira de festa junina. De acordo com a polícia, a vítima era integrante de uma facção criminosa rival e teria sido executado como retaliação.
“Argentino”
O nome de Darlei ganhou notoriedade em 2019, quando foi preso aos 19 anos por suspeita de participação em pelo menos cinco homicídios e duas tentativas em Manaus. Apontado como pistoleiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), ele chegou a ser autuado também por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e falsidade ideológica. Estava vinculado a um dos grupos criminosos mais violentos do estado, sob a liderança de Felipe Batista Ribeiro, o “Anjinho”, preso no dia 6 de fevereiro este ano, em Osasco (SP).
A crueldade com que a execução foi realizada, em um bairro populoso, escancara o avanço do domínio territorial das facções, que impõem punições com requintes de crueldade. O Jorge Teixeira, onde o crime ocorreu, é uma das áreas mais vulneráveis da cidade e já vinha sendo apontada como zona de disputa de comando entre grupos rivais.
Enquanto a criminalidade se espalha e cenas de terror como essa se tornam rotineiras, a segurança pública entra em colapso. O Governo do Amazonas, comandado por Wilson Lima, nada faz diante da violência crescente, do baixo efetivo nas ruas e da precariedade nas viaturas e delegacias.
Não bastasse o abandono da segurança, o governador também ainda não confirma se deixará o cargo para disputar o Senado, como apontam bastidores políticos, deixando claro que o foco não é proteger a população, mas sim manter o poder a qualquer custo.
Em vez de reforçar o policiamento e retomar o controle das áreas dominadas, o governo se cala diante de corpos esquartejados, ruas tomadas por medo e comunidades reféns do crime organizado.