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Polícia

Após jogar pedra em cachorro, funcionário do TJAM é morto com facada

Juscelino estava sentado na calçada de uma casa vizinha, ingerindo bebidas alcoólicas com um grupo de amigos, quando aconteceu o desentendimento

Juscelino Nunes da Silva, 48, foi morto com uma facada no pescoço (Foto: Reprodução)

Manaus – O funcionário público Juscelino Nunes da Silva, 48, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), foi assassinado com uma facada no pescoço na noite deste sábado (5), após uma discussão por conta de um cachorro. O crime ocorreu por volta das 19h30, na Rua Dom Lourenço da Costa, na comunidade Mundo Novo, no bairro Flores, na Zona Centro-Sul de Manaus. Um adolescente de 16 anos foi apontado como autor e está foragido.

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Segundo informações obtidas pelo Portal Diário Manauara, Juscelino estava sentado na calçada de uma casa vizinha, ingerindo bebidas alcoólicas com um grupo de amigos. A confraternização aconteceu após jogo do Flamengo e partida de futebol. O funcionário público avistou o cachorro, da raça vira-lata, e jogou uma pedra para espantar o animal doméstico, que costuma avançar nas pessoas.

Na ocasião, o adolescente chegava em casa e não gostou da atitude de Juscelino chamando-lhe atenção com palavrões. Os dois iniciaram uma discussão e travaram luta corporal, sendo posteriormente contidos pelos moradores. Juscelino chegou a ser abrigo em uma casa de um vizinho, onde apoderou-se de uma pá e resolveu continuar a briga.

Por sua vez, o adolescente armou-se de uma faca e ficou esperando o Juscelino. No momento oportuno, o jovem desferiu um golpe no pescoço do funcionário público, que atingiu a jugular. Em seguida, o menor de idade fugiu com arma do crime tomando sentido ignorado.

Perdendo muito sangue, a vítima foi socorrida pelo filho de um compadre e levado às pressas em um carro Onix preto para o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Policlínica Dr. Danilo Corrêa, no bairro Cidade Nova, na Zona Norte. Apesar dos esforços, Juscelino não resistiu ao ferimento por volta das 20h10.

Velório

Velório da vítima (Foto: Diário Manauara)

O corpo de Juscelino foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), sendo liberado após necropsia aos familiares na manhã de domingo (6). O velório aconteceu na casa da vítima, situada na mesma rua do crime. Na cerimônia fúnebre, parentes e amigos estavam inconformados.

O enterro foi marcado às 15h no Cemitério Parque Tarumã, na Zona Oeste. Juscelino era auxiliar judiciário e atuava há mais de 12 anos. Ele era filho de criação do desembargador Alcemir Figlioulo, do TJAM. A vítima deixa dois casais de filhos e a esposa Elisiomar da Silva Batista. 

Versões

A casa do adolescente foi invadida por populares após o crime (Foto: Diário Manauara)

Conforme os moradores e familiares da vítima, o adolescente que atende pelo nome de “Ramon” é usuário de drogas e comercializa entorpecentes na comunidade. Eles afirmaram que o jovem morava com o pai e um irmão de 18 anos. Após a morte do funcionário público, os parentes do autor abandonaram o imóvel temendo represálias.

A residência construída em alvenaria foi invadida e saqueada por moradores ainda não identificados. O cachorro, pivô da confusão, permaneceu na casa à espera dos donos. Os comunitários confirmaram que o cão vive perambulando pela rua e ataca motoqueiros, ciclistas e pessoas a pé.

No dia do crime, os familiares e amigos de Juscelino confirmaram que ele não foi mordido pelo cachorro. Por conta dos ataques, Juscelino tentou afugentar o animal para evitar incidentes.

O adolescente

Quase 20 horas depois do assassinato, o adolescente entrou em contado com uma advogada e resolveu se entregar para a polícia. Ele chegou por volta das 13h no prédio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). A faca usada no crime também foi apresentada e estava escondida no quintal de uma casa.

Em depoimento, o adolescente sustentou que Juscelino costumava maltratar o cachorro e possui histórico de agressões em família. O jovem confessou a autoria e alegou legítima defesa, pois não teve a intenção de matar o vizinho.

Ele foi conduzido à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai) e responderá por ato infracional análogo pelo crime de homicídio.