Terminou no final da tarde, depois de mais de quatro horas de duração, a manifestação no centro da cidade que envolveu funcionários do governo do Rio de Janeiro e policiais militares, que faziam a segurança no entorno e no prédio da Assembleia Legislativa (Alerj). Na terça-feira (6), teve início na Assembleia o primeiro dia de votação das medidas de austeridade apresentadas pelo governo em função da crise econômica no estado.
Houve confronto entre as forças de segurança e manifestantes pelas ruas do centro. O comércio da região fechou, e o trânsito ficou interrompido nas ruas Primeiro de Março e São José, na Avenida Presidente Antônio Carlos e em um trecho da Presidente Vargas, em direção à zona norte. Somente no início da noite o tráfego foi liberado.
Confronto
Um grupo de manifestantes, formado em sua maioria por bombeiros militares, policiais civis e militares e da Secretaria de Administração Penitenciária, invadiu a Igreja de São José, na rua do mesmo nome, de onde atirou rojões contra os agentes que faziam a segurança da Alerj. Foi necessário que policiais da tropa de choque entrassem na igreja para coibir a ação de manifestantes.
A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro informou que buscará apurar os fatos ocorridos hoje e destaca que, diante do contexto atual do estado Rio de Janeiro, o que importa são as soluções obtidas por meio do diálogo e do esforço de todos, em vista da justiça e da paz.
Polícia Militar e OAB
De acordo com a Polícia Militar (PM), o tumulto generalizado teve início após um discurso inflamado de um dos líderes dos servidores estaduais. Em seguida, os manifestantes avançaram contra as grades de proteção da Alerj e lançaram bombas de fabricação caseira, rojões e morteiros. Segundo nota divulgada pela corporação, os confrontos feriram 11 policiais militares em serviço.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil seção Rio de Janeiro (OAB-RJ) condenou a violência usada pelas forças policiais durante a manifestação em frente à Alerj e disse que as autoridades públicas do Rio de Janeiro perderam a capacidade de administrar a crise. A OAB destacou que “os excessos” da PM incluíram “a invasão de uma igreja e o atentado a transeuntes e manifestantes com disparo de bombas de efeito moral”.
“Em uma democracia, o direito de expressão não pode ser sobrepujado pelo uso desproporcional da força. A OAB/RJ cobra do governo do estado investigação e punição a todos os agentes que cometeram esses atos, típicos dos regimes de exceção”, diz ainda a nota da entidade.
Fonte: Agência Brasil