O Brasil ocupa a 10ª posição no ranking mundial de prematuridade com cerca de 300 mil bebês prematuros por ano – 11,7% do total de nascimentos no país. A maioria dos casos decorre de gestações na adolescência ou tardias, pré-natal deficitário e doenças maternas. Os dados foram divulgados pela organização não governamental (ONG) Prematuridade.com.
De acordo com a entidade, o nascimento prematuro figura como a principal causa de mortalidade infantil até 5 anos de idade em todo o mundo. No Brasil, os números revelam que, a cada 30 segundos, um bebê morre em consequência do parto antecipado. “O nascimento de um prematuro deixa sequelas psicológicas permanentes para os pais e pode acarretar sequelas de saúde para os bebês”, destacou a ONG.
Diante do cenário, a Prematuridade.com. prepara hoje (17) uma série de ações no Congresso Nacional na tentativa de instituir formalmente a data como Dia Nacional da Prematuridade. A proposta é sensibilizar parlamentares para a criação do Novembro Roxo, campanha reconhecida internacionalmente na prevenção à prematuridade, mas ainda sem representatividade no Brasil.
Parto prematuro
A ONG lembra que é considerado parto prematuro aquele que acontece antes de 37 semanas de gestação. “Acontece que nem sempre a prematuridade dá sinais de que vai acontecer e ainda não se conhece todas as causas que levam ao parto prematuro; em muitos casos, não se consegue associá-la a uma causa específica”, alertou.
Estão em maior risco para trabalho de parto prematuro as mulheres que já passaram por um parto prematuro, que estão grávidas de gêmeos ou múltiplos ou com história de problemas de colo do útero ou uterinos.
Além disso, outros fatores podem levar ao parto prematuro: ausência de pré-natal, fumo, álcool, drogas, estresse, infecções do trato urinário, sangramento vaginal, diabetes, obesidade, baixo peso, pressão alta ou pré-eclâmpsia, distúrbios de coagulação, algumas anomalias congênitas do bebê, gestações muito próximas (período menor do que nove meses entre o nascimento do bebê e uma nova gravidez), gravidez fruto de fertilização in vitro e idade menor de 17 anos e acima de 35.
Sinais e sintomas
Os principais sintomas do parto prematuro são bolsa rota/ruptura prematura de membrana, hipertensão crônica, pré-eclâmpsia, descolamento prematuro da placenta, placenta prévia, malformações uterinas, infecções uterinas e malformações fetais.
Já os sinais e sintomas do trabalho de parto prematuro incluem contrações a cada dez minutos ou mais, mudanças na secreção vaginal, pressão pélvica, dor lombar, cólicas menstruais e cólica abdominal com ou sem diarreia.
Prevenção
Entre as medidas a serem tomadas para evitar que o bebê nasça antes do tempo estão:
– Converse com seu ginecologista/obstetra antes mesmo de engravidar. Ele poderá dar conselhos muito úteis para que você inicie a gravidez de maneira saudável e evite um parto antes da hora.
– Assim que o resultado der positivo, avise seu médico imediatamente. Quanto antes o pré-natal for iniciado, melhor para a mãe e para o desenvolvimento do feto.
– Revele ao médico o seu histórico de saúde. Doenças crônicas e reações alérgicas que você já apresentou, histórico familiar, assim como o histórico de saúde do pai do bebê.
– Siga as consultas e os exames do pré-natal rigorosamente.
– Esteja vigilante sobre sua pressão arterial e cheque-a sempre que achar conveniente.
– Mantenha uma dieta equilibrada.
– Mantenha-se numa faixa de peso adequada. Converse com o obstetra e, se preciso, faça acompanhamento com nutricionista.
– Evite bebidas alcoólicas: o álcool, durante a gestação, mesmo em doses muito pequenas, pode ter efeitos bastante nocivos para a criança, incluindo retardo mental, dificuldades de aprendizagem, defeitos na face e problemas de desenvolvimento.
– Não fume. O fumo aumenta chances de parto prematuro, de o bebê nascer com baixo peso e da morbimortalidade dos recém-nascidos.
– Não se auto-medique. Alguns remédios são altamente perigosos para as gestantes e esses avisos, via de regra, estão escritos com letras pequenas nas bulas dos medicamentos.
– Exercite-se. Se o seu médico autorizar e sempre com acompanhamento profissional.
– Mantenha seu calendário de vacinação atualizado. Converse com seu obstetra sobre o assunto: algumas vacinas estão contraindicadas na gravidez e outras necessitam reforço.
– Não se esqueça do ácido fólico e da vitamina B12. Eles vão garantir que seu bebê não desenvolva malformações ou tenha danos no sistema nervoso. O consumo do ácido fólico deve ser iniciado antes mesmo da concepção do bebê. Esses nutrientes são facilmente encontrados em alimentos de origem animal (carnes, laticínios, ovos) e em vegetais verde-escuros.
– Esteja alerta para sangramentos e observe líquidos e secreções vaginais
Fonte: Agência Brasil