A Polícia Federal deflagrou, na manhã de sexta-feira (14), em São Paulo, a Operação Mala Direta com o objetivo de desarticular esquema de fraudes no envio de mercadorias pelos Correios, envolvendo funcionários concursados da empresa. Foram cumpridos nove mandados de prisão, três mandados de condução coercitiva e 19 mandados de busca e apreensão, na capital e na Grande São Paulo.
As investigações começaram em junho de 2015, depois de a área de segurança da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) denunciar um sistema paralelo e clandestino de postagens de boletos, revistas e malas diretas, usando a estrutura dos Correios, mas desviando os valores para outras empresas de transporte de encomendas postais.
“A investigação, que contou com apoio integral da EBCT, aponta que a fraude começava com a recepção das correspondências e encomendas em sistema semelhante ao padrão, mas, ajustados com as empresas fraudadoras, os funcionários envolvidos no esquema adulteravam as pesagens, suprimiam listas de faturamento, inseriam dados falsos nos sistemas de informações e ainda adicionavam as cargas clandestinas na distribuição dos Correios, gerando um prejuízo estimado de R$ 147 milhões, em dois anos”, informou a PF, por meio de nota.
A pedido da PF, os investigados tiveram todos os bens bloqueados pela Justiça. Eles responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa, com penas que variam de 1 a 12 anos de prisão.
Por meio de nota, os Correios informaram que a própria empresa enviou à Polícia Federal as informações sobre possíveis irregularidades em postagens de boletos, revistas e malas diretas. “Tais informações deram início às investigações da PF, que culminaram na operação realizada esta manhã. A empresa continua aprimorando seus processos de controle contra ilícitos postais e segue colaborando com as investigações”, diz a empresa.
* Texto atualizado às 16h30 para acréscimo do posicionamento dos Correios.
Fonte: Agência Brasil