Os recorrentes casos de agressões a jornalistas que cobrem manifestações de rua foram discutidos nesta sexta-feira (20), em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O debate foi convocado pelo deputado Carlos Minc (sem partido), com as participações do deputado Gilberto Palmares (PT) e o vereador Leonel Brizola Neto (PSOL).
Foram convidados diversos jornalistas que atuam diretamente nas ruas e que deram depoimentos sobre casos de agressões sofridas, a grande maioria por policiais militares e seguranças privados, embora também aconteça, em menor escala, violência contra a imprensa praticada por alguns manifestantes.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro foi representado pela jornalista Beth Costa, que lembrou o papel desses profissionais na democracia. “Quando você agride um jornalista, é uma violência contra o direito humano de ter acesso à informação. Quando você intimida um jornalista, quem perde é a sociedade”, disse Beth.
O jornalista Roger McNaught, do Tribuna da Imprensa Sindical, denunciou o quadro de violência crônica à liberdade de imprensa no Rio, praticada por parte da PM. “Existe um séquito de PMs que parecem estar acima da lei e se demonstram intocáveis. A quem eles servem? À população é que não é”, frisou o jornalista, que sugeriu a criação de um grupo na Alerj para monitorar essas situações.
A Polícia Militar (PM) foi representada pelo porta-voz da corporação, major Ivan Blaz. Segundo ele, existem crimes como incêndio e depredações, que ocorrem durante as manifestações, que precisam ser combatidos. “Não podemos tratar com eufemismos, ações criminosas. A letra fria da lei é quem me pauta”, disse Blaz, que se dispôs a formar um grupo de discussão com o Sindicato dos Jornalistas. Ele divulgou o número de WhatsApp da PM, que recebe reclamações e denúncias contra ações de policiais: (21) 97598-4593.
Fonte: Agência Brasil