Fernando Villavicencio, 59, candidato à presidência do Equador, foi assassinado com três tiros na cabeça nesta quarta-feira (9), após um comício realizado na escola Anderson Nuevo Campus, em Quito. O crime ocorreu por volta das 18h20 (horário local) a 11 dias das eleições. Um suspeito morreu durante troca de tiros com agentes de segurança, de acordo com o Ministério Público.
Sob o slogan “É hora dos corajosos”, Fernando Villavicencio era ex-congressista e se considerava de centro-direita. Ele aparecia em 5º lugar nas pesquisas entre os candidatos à sucessão de Guillermo Lasso. Ele anunciou neste ano sua intenção de participar como candidato ao cargo de chefe do Executivo equatoriano pelo partido Movimento Construye (MC25). O primeiro turno das eleições presidenciais está marcado para 20 de agosto. O país irá eleger um presidente, vice-presidente e 137 parlamentares.
Entretanto, não foi a primeira vez que Villavicencio sofreu atentado. Na madrugada do dia 3 de setembro de 2022, sua casa foi alvo de vários tiros. Como jornalista e conhecido pelos trabalhos de jornalismo investigativo, ele denunciou diversos casos de corrupção durante o governo de Rafael Correa.
Nos últimos meses, Villavicencio fez diversas denúncias contra políticos e estruturas de organização criminosa que operam no Equador: mineração ilegal e narcotráfico. Desde então, ele vinha recebendo ameaças por membros do crime organizado, principalmente, o grupo “Los Choneros”.
Villavicencio era natural de Sevilla, no cantão (capital) de Alausí, província de Chimborazo. Mais velho de seis irmão, o candidato deixa esposa e filhas.
Indignação e consternação
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, lamentou o assassinato em publicação no Twitter e prometeu que o crime não ficará impune.
“Indignado e consternado pelo assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à sua esposa e suas filhas. Por sua memória e sua luta, asseguro-lhes que este crime não ficará impune”, afirmou o presidente do Equador, em seu perfil na rede social.
Lasso confirmou que o Gabinete de Segurança da Presidência da República fará reunião extraordinária para identificar os autores do crime.