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Brasil confia em isenção no novo tarifaço de Trump

EUA devem anunciar medidas comerciais nesta quarta-feira (2)

Brasil confia em isenção no novo tarifaço de Trump

Fernando Haddad, ministro da Economia (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governo brasileiro mantém a expectativa de ser poupado do novo pacote de tarifas que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende anunciar nesta quarta-feira (2). O ministro da Economia, Fernando Haddad, afirmou que qualquer retaliação ao Brasil causaria estranheza, já que o comércio bilateral é favorável aos EUA, com o Brasil importando mais do que exporta.

“Os EUA têm uma posição muito confortável em relação ao Brasil até porque é superavitário tanto em relação aos bens, quanto em relação aos serviços”, disse Haddad, em viagem a Paris, nesta terça-feira (1º).

Apesar disso, um relatório de um órgão ligado ao governo norte-americano criticou as tarifas impostas pelo Brasil a produtos como etanol, filmes, bebidas alcoólicas, máquinas, equipamentos e carne suína.

“Causaria até certa estranheza se o Brasil sofresse algum tipo de retaliação injustificada, uma vez que nós estamos na mesa de negociação desde sempre com aquele país justamente para que a nossa cooperação seja cada vez mais forte”, completou o ministro da Fazenda.

Em resposta às possíveis sanções, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou por unanimidade um projeto de lei que permite ao governo brasileiro adotar medidas de reciprocidade contra restrições comerciais que prejudiquem suas exportações. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados.

Lei da reciprocidade

Vice-presidente da República Geraldo Alckmin (Foto: Cadu Gomes/VPR)

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, elogiou a iniciativa, mas reforçou que o diálogo deve ser o principal caminho para resolver a questão. Assim como Haddad, ele acredita que, devido ao superávit norte-americano na relação comercial, o Brasil não deve ser alvo do tarifaço.

“Você ter um arcabouço jurídico legal é positivo, louvo a iniciativa do Congresso Nacional, nesse caso do Senado, que procura preservar o interesse do Brasil, mas quero dizer que o caminho é o diálogo e procurar ter uma complementariedade econômica”, comentou Alckmin nessa terça-feira.

O vice-presidente compartilha da mesma visão de Haddad e acredita que, devido ao superávit comercial dos EUA em relação ao Brasil, o país não deve ser alvo das novas tarifas.

“[São] US$ 25 bilhões de superávit para os EUA. Dos dez produtos que eles mais exportam para o Brasil, oito são de tarifa zero, não tem imposto de importação. E a tarifa média final de todos os produtos e serviços é 2,7%. Então, o Brasil não é problema para os EUA”, justificou o ministro.

*Fonte: Agência Brasil

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