O julgamento de Paulo Cupertino, acusado pelas mortes do ator Rafael Miguel e dos pais, foi cancelado na noite desta quinta-feira (10), após o acusado demitir o advogado, Alexander Neves Lopes. A informação foi confirmada pelo Metrópoles.
Agora, um novo júri deverá ser marcado. No entanto, a data ainda não foi determinada. O réu terá prazo para a constituição de novo um advogado e, caso não ocorra, o juiz deverá solicitar a constituição de um defensor público — que necessitará de prazo para estudar o caso.
Pouco antes, ainda durante esta tarde, primeiro dia do julgamento, realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, Cupertino já havia tentado agredir os advogados da defesa e, por estar muito inquieto, teve que ser algemado em plenário.
O episódio ocorreu durante o depoimento de Vanessa, ex-mulher de Cupertino.
Ela havia solicitado e a Justiça acatado que Cupertino fosse retirado do júri, quando Vanessa fosse prestar depoimento. Mas, no último minuto, a mulher mudou de ideia e permitiu que o réu permanecesse no plenário.
Preso desde 2022, Paulo Cupertino Matias era submetido a um júri popular, desde às 13h desta tarde.
Em uma carta escrita da cadeia ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), cujo teor foi relevado pelo Metrópoles, Cupertino argumenta que os sete jurados que irão definir sua sentença, ou eventual absolvição, foram “infectados com o vírus da mídia” — referindo-se à repercussão nacional do crime contra a família do ator de Chiquititas.
“O processo veio a público em rede nacional, me expondo e colocando todo o sigilo e segredo de justiça em ‘óbito’ e, mais uma vez, contaminando meus direitos e formando e fortalecendo uma opinião pública e negativa contra mim”, escreveu.
No manuscrito, remetido à presidência do TJSP em junho do ano passado, Cupertino pede liberdade, afirma ser inocente e diz que seus direitos foram negados, com “uma narrativa e fatos que não condizem com a verdade”.
Em uma manifestação obtida pelo Metrópoles, a promotora de Justiça Soraia Bicudo Simões Munhoz, por sua vez, afirma existirem provas e testemunhos que embasam a denúncia contra Cupertino e diz que aos jurados “caberá a análise aprofundada do mérito”.
O réu será julgado por triplo homicídio, qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Além de Cupertino, Eduardo José Machado, conhecido como o Eduardo da Pizzaria, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora serão julgados no mesmo dia por terem ajudado o acusado de homicídio durante sua fuga. O auxílio prestado por ambos na fuga foi apurado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
*Com informações Metrópoles