
Uma votação relâmpago na Câmara dos Deputados e a urgência do projeto que equipara aborto realizado após 22 semanas a crime hediondo foi aprovada na última quarta-feira (12). Mas afinal de contas, que recado os parlamentares enviam para os brasileiros?
Especialista em escuta qualificada, a psicanalista Amanda Souza vê com preocupação essa pressa dos parlamentares brasileiros, a questão não é liberar o aborto, isso segundo a especialista, deveria ser votado de forma isolada dos casos autorizados via judicial que atendem pedidos para resguardar a vida de meninas que foram violentadas e engravidaram de seus abusadores.
O debate pegou fogo nas redes sociais, grupos contrários e a favor da decisão voltaram a se atacar. Uma pesquisa realizada pela Câmara sobre o PL mostrou que 88% das pessoas que votaram são contrárias ao projeto.
Para a psicanalista, mais uma vez o crime contra as crianças e adolescentes fica em segundo plano, revelando algo alarmante.
“O Brasil não consegue criminalizar o abusador. Amanda destaca que para uma criança ser obrigada a carregar o fruto de um estupro, e a sensação de mudança em seu corpo é algo desesperador. Dados do Disque 100 mostram que no Brasil, somente no carnaval de 2024 o canal de denúncias recebeu cerca de 26 mil casos de violência sexual contra menores de 18 anos, um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado”, disse.
Com informações da assessoria*