O lateral-direito da seleção brasileira Daniel Alves foi apresentado nesta quarta-feira, em Paris, não apenas como a nova contratação do Paris Saint-Germain (PSG), mas como a pitada de experiência, personalidade e raça que o clube busca para alcançar seu maior desafio: o título da Liga dos Campeões. Aos 34 anos, ele chegou ovacionado pela torcida para assinar um contrato por dois anos em troca de nada menos que 14 milhões de euros (cerca de R$ 52 milhões) por ano, tornando-se o primeiro astro acertado com o clube de Paris para a temporada 2017-2018.
Até então, o PSG havia contratado apenas o tunisiano Yuri Berchiche por 15 milhões de euros, mas seu peso não é o mesmo diante da torcida. Daniel Alves havia realizado exames médicos na terça-feira e nesta quarta foi apresentado aos torcedores e a uma pequena multidão de fotógrafos e jornalistas portando o uniforme azul marinho e a camisa 22. Com uma echarpe do clube, deixou claro que aderiu de corpo e alma à nova identidade: “Ici c’est Paris” (“Aqui é Paris”, o grito mais célebre ouvido no Parque dos Príncipes).
Ciceroneado pelo presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi, o lateral foi apresentado como “grande campeão”, o perfil do atleta que faltou ao elenco do técnico Unai Emery na temporada que chegou ao fim, marcado pela derrota por 6 a 1 para o Barcelona no Camp Nou após uma apresentação de luxo e um 4 a 0 na capital francesa.
“Estou muito feliz por lhes apresentar nosso novo jogador, grande campeão, com muita experiência e uma personalidade muito forte”, afirmou Al-Khelaifi em seu francês ainda cambaleante. “Você tinha muitas oportunidades, mas escolheu o nosso projeto. A Liga dos Campeões é o nosso grande sonho. Com sua personalidade e sua experiência, tenho esperança de ganhar o que disputaremos.”
Sem meias palavras, como é de seu estilo, e falando um pouquinho de francês, além de espanhol e português, Daniel Alves, tricampeão da Liga dos Campeões, não recusou a responsabilidade. Dizendo-se feliz por enfim ter acertado com o clube francês, após três tentativas frustradas, o titular da seleção de Tite se disse pronto a compartilhar o sonho de vencer o torneio, adiado pelo PSG e pelo próprio atleta, que chegou à final com a Juventus, de Turin, mas não levou o caneco na final contra o Real Madrid. “É um grande prazer estar aqui, compartilhar sonhos, jogar em um clube deste tamanho. Temos de fazer algo muito grande, para estar à altura dessa cidade”, afirmou.
Daniel Alves confirmou que esteve em negociações com outros clubes, em especial o Manchester City, e chegou a pedir desculpas à direção do clube inglês, assim como ao seu treinador, Josep Guardiola, mas disse que tomou uma decisão baseada também nos interesses de sua família. “Se Guardiola se sente incomodado, peço desculpas. Se Manchester City se sente incomodado, peço desculpas. Mas eu tomei a minha decisão”, justificou.
O lateral vai fazer parte de um clube apaixonado por brasileiros – nesse ano o PSG vai vestir amarelo como uniforme de visitante para “celebrar a herança do Brasil” – e de um time que conta com Marquinhos, Thiago Silva e Lucas, além de Maxwell como dirigente Mas, se Maxwell foi importante e a parceria com brasileiros é bem-vinda, foi o projeto de longo prazo que Daniel Alves frisou como o maior atrativo da mudança.
“O Paris tem um projeto incrível, o de ser uma equipe gigantesca em nível mundial. O presidente tem um grande poder de convencimento quando apresenta o projeto. É uma das principais razões”, sustentou, ressaltando mais uma vez seu objetivo. “Eu adoro fazer história. O clube ainda não teve a felicidade de conquistar esse título”, disse o lateral, referindo-se mais uma vez à Liga. “Eu gosto das grandes ambições.”
Sobre a idade em que chega para ajudar a liderar uma equipe ainda ferida pelo fiasco da última edição da Liga dos Campeões, o brasileiro brincou, mas não negou ter um perfil de liderança e ser experiente. “Você queria dizer velho. Mas não é um problema para mim. Tenho um espírito muito jovem e estou em ótimas condições”, destacou, com confiança.
Com a chegada de Dani Alves, o PSG volta suas baterias para aquela que pode vir a ser uma das maiores contratações do ano no mundo: a de Kylian Mbappé, o astro de 18 anos do Monaco que vem sendo disputado também por Real Madrid, Arsenal e Manchester City.
Fonte: Estadão Conteúdo