Manaus (AM) – Diante de quase nove mil pessoas na Arena da Amazônia, o Amazonas perdeu para o Paysandu por 1 a 0 neste sábado (9), pela segunda rodada do quadrangular final da Série C do Campeonato Brasileiro. Mário Sérgio marcou para o time paraense em cobrança de pênalti, no primeiro tempo. A equipe amazonense ainda teve uma penalidade anulada pelo VAR por impedimento.
Foi a segunda derrota em casa da Onça-pintada para o Papão. Na primeira fase da competição, válido pela 12ª rodada, o Bicolor venceu por 2 a 1, no estádio Carlos Zamith, com gols de Nicolas Careca e João Vieira. Maycon fez o gol da equipe Aurinegro. Com o resultado, o Paysandu chega aos quatro pontos e assegura provisoriamente a liderança do grupo C. Por sua vez, o Amazonas amarga o segundo revés seguido e fica na lanterna sem nenhum ponto.
O jogo
O Amazonas iniciou se impondo nos primeiros minutos. Entretanto, após dez minutos da pressão dos donos da casa, o Paysandu ditou o ritmo e conseguiu uma penalidade aos 15 minutos. Edilson pegou rebote e mandou para a área, mas a bola bateu na mão de Raphael Soares.
O lance de pênalti foi confirmado pelo árbitro, já que o VAR não estava funcionando. Aos 17 minutos, o atacante Mário Sérgio cobrou com chute forte no canto direito, sem chances para a defesa do goleiro Marcão.
Após o gol, a equipe amazonense tentou reagir com chutes de fora da área e bolas alçadas. Aos 27 minutos, Sassá aproveitou escanteio e cabeceou firme para o gol, e o goleiro Matheus Nogueira espalmou. No lance seguinte, o atacante chutou de primeira, mas a bola explodiu na zaga.
A Onça-pintada continua pressionando em busca do empate. Aos 30 minutos, Patric cruza na área, o zagueiro Spice cabeceia e Jackson também de cabeça manda por cima do gol.
Aos 36 minutos, o árbitro avisou aos capitães que o Var estava operando. A primeira seguiu com oito minutos de acréscimos. No último lance, Patric recebeu na grande área e bateu forte, mas a bola parou na zaga. Fim do primeiro tempo.
Na volta do intervalo, o Amazonas voltou em busca do gol de empate. O Paysandu, por sua vez, se segurava na defesa. Aos 14 minutos, o árbitro viu falta de Raphael Soares e aplicou o segundo cartão amarelo para o lateral que acabou expulso.
Com um jogador a menos, o técnico Rafael Lacerda colocou Igor Bolt no lugar de Léo Guerra, dando mais poder ofensivo. Entretanto, a equipe amazonense encontrava dificuldades para furar o bloqueio da zaga. Aos 22 minutos, o comandante Aurinegro fez novas substituições com entradas de Julio Rusch no lugar de Ermel e Lucas Silva no lugar de Diego Torres.
Aos 38 minutos, Rafael Tavares lança na área, Jiménez que arruma de cabeça e Julio Rusch tenta de bicicleta, mas manda por cima da meta do goleiro Matheus Nogueira. Dois minutos depois, Rafael Tavares recebe fora da grande área e chuta forte, para a linda defesa do arqueiro da equipe visitante.
O árbitro concede mais sete minutos de acréscimos na etapa final. Em jogada individual, aos 48 minutos, Júlio Rusch é derrubado na área e pênalti é marcado. Sassá pega a bola para cobrar, porém, após revisão do VAR de oito minutos, o lance foi anulado por impedimento no início da jogada.
Na sequência, Leandrinho recebeu cruzamento na área, mas não conseguiu aproveitar. Patric em cima da linha se antecipa e afasta. No último lance, Rafael Tavares cobrou falta, mas mandou a bola longe do gol de Matheus Nogueira. Fim de jogo na Arena da Amazônia, com público de 8.556 torcedores e renda de R$ 103.640,00.
Confusão
Após revisão de um pênalti em cima de Julio Rusch que foi anulado pelo Var por posição irregular, o árbitro Marielson Alves Silva, do quadro de arbitragem da Bahia, estendeu a partida do tempo regulamentar para 21 minutos. No fim dos acréscimos, o preparador físico Thomaz Lucena, do Paysandu, envolveu-se em um empurra-empurra com um integrante da comissão técnica dos donos da casa na saída para o vestiário.
Em defesa do profissional, o zagueiro Naylhor saiu do banco de reservas e foi agredido com um soco no nariz que causou sangramento. O atleta apontou Wesley Couto, presidente do Amazonas, como autor da agressão física. Policiais militares do 1º Batalhão de Policiamento de Choque (1º BPChq) precisaram intervir para acalmar os ânimos e jogo recomeçar.
Inconformado com o resultado, o presidente do time amazonense fez duras críticas contra a arbitragem baiana com gritos, xingamentos e socos nas portas da vestiaria. Na ocasião, a entrevista coletiva do técnico Rafael Lacerda, ao lado do espaço, foi interrompida pela assessoria de comunicação do clube. Toda confusão foi relatada em súmula pelo árbitro da partida.
Em nota, o Paysandu informou que Naylhor passará por exames para verificar se houve fratura na região. O clube paraense confirmou ainda que o preparador físico, Thomaz Lucena, também foi agredido.
Nota oficial do Paysandu
“O Paysandu Sport Club repudia veementemente as agressões praticadas de forma covarde contra o atleta Naylhor e contra o preparador físico Thomaz Lucena, durante o segundo tempo da partida diante do Amazonas, na Arena da Amazônia, pela segunda rodada do quadrangular do Campeonato Brasileiro da Série C, disputada na tarde deste sábado (9).
Naylhor foi atacado com um soco pelas costas na região do nariz. O zagueiro será submetido a exames para verificar se houve fratura na região. Também pelas costas, Thomaz Lucena levou um soco próximo da boca.
O Paysandu Sport Club reitera que jamais irá coadunar com quaisquer atos violentos e não vai medir esforços, por seu Departamento Jurídico, para que, ao final, os responsáveis sejam punidos pelas autoridades competentes.”
Mais confusão
Fora do estádio, um grupo de torcedores do Paysandu provocou a torcida local e logo se iniciou uma briga generalizada. Rojões e latinhas de cerveja serviram de armas no desentendimento. Policiais militares do Batalhão de Policiamento de Choque agiram rapidamente e evitaram o confronto. Um torcedor do Amazonas, identificado como Lucas”, foi detido e levado para uma delegacia da capital amazonense.
Nota oficial do Amazonas
O Amazonas FC vem a público contestar a utilização do VAR durante a partida diante do Paysandu, válida pela segunda rodada do quadrangular final da Série C, disputada no último sábado (9), na Arena da Amazônia. O clube entende que a decisão de iniciar o jogo sem a ferramenta até os 36 minutos do primeiro tempo, causou desequilíbrio técnico nas decisões tomadas pela péssima arbitragem, comandada pelo baiano Marielson Alves Silva.
Não é razoável que, uma partida marcada para acontecer há duas semanas, e sabido por todos que seria obrigado a utilização do VAR, receba a peça que faltava para o funcionamento da ferramenta com a bola rolando. Vale lembrar que, por conta disso, o pênalti que deu a vitória ao adversário não foi revisado, enquanto o que foi marcado ao nosso favor, contou com interferência direta do árbitro de vídeo, ferindo, por completo, o princípio da isonomia.
Pela segunda partida consecutiva, na fase decisiva da competição, o clube entende que não houve um bom funcionamento da ferramenta. Diante do Botafogo, em João Pessoa (PB), o pênalti marcado para os donos da casa contou com imagens inconclusivas para uma tomada de decisão assertiva da arbitragem. Ontem, o VAR demorou cerca de 10 minutos para traçar linhas e detectar um possível – e não claro – impedimento na jogada que culminou com a marcação da penalidade ao nosso favor.
Por fim, o clube lamenta a confusão generalizada ocorrida próximo ao túnel de acesso ao gramado do estádio. Ressaltamos que a delegação do Paysandu foi tratada de maneira cordial, inclusive, com a disponibilidade de segurança particular para controle da equipe. Os fatos serão apurados e encaminhados às autoridades competentes.
Próximos jogos
Pela terceira rodada do quadrangular de acesso à Série B 2024, o Amazonas recebe o Volta Redonda-RJ, na Arena da Amazônia, no sábado (16), às 17h (horário local). O Paysandu faz duelo contra o Botafogo-PB, na Curuzu, no domingo (17), às 16h (horário de Brasília).
Imagens de lances e da torcida
*Matéria atualizada às 18h11 de 10/09/2023 para acréscimo de nota do clube amazonense