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Educação

Trocas comerciais com a China impulsionam ensino do mandarim no Brasil

As crescentes relações comerciais entre os dois países encorajam cada vez mais brasileiros a aprender o mandarim - foto: divulgação

As crescentes relações comerciais entre os dois países encorajam cada vez mais brasileiros a aprender o mandarim – foto: divulgação

A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o Brasil, o maior parceiro comercial e maior destino de investimentoa chineses na América Latina. As crescentes relações comerciais entre os dois países encorajam cada vez mais brasileiros a aprender o mandarim, língua predominante na China. As informações são da Agência Xinhua.

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A professora Qiao Jianzhen, de 47 anos, diretora da parte chinesa do Instituto Confúcio da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), tem um plano de 30 anos de transformar o maior número possível de brasileiros em conhecedores da língua e da cultura chinesas e sonha estender as aulas de mandarim para escolas de ensino médio no Brasil.

“A universidade é essencial para tornar o ensino do mandarim sustentável e servir como ponto de partida para atingir as escolas secundárias a médio e longo prazos”, disse a professora. Ela ficou triste aoe descobrir que as aulas dos institutos não podiam satisfazer o interesse da maioria dos brasileiros, que costumavam ir embora após um curso de iniciação. Daí, com esforço e apoio do governo chinês, a primeira escola secundária brasileira a oferecer um currículo bilíngue em português e mandarim foi aberta em fevereiro de 2015, em Niterói, região metropolitana do Rio.

O plano inicial era oferecer 72 vagas, mas houve mais de 600 solicitações, mesmo com a escola adotando o sistema de ensino de dia inteiro. Além das aulas obrigatórias de mandarim todos os dias, o tênis de mesa, o jogo de peteca, a caligrafia e a música folclórica chinesa também estão no currículo da escola, oferecendo aos alunos uma conexão emocional com a cultura chinesa.

Qiao disse sentir-se recompensada ao ver que a escola fez a diferença na vida dos alunos. Como André Corte, uma criança com autismo, que é um participante ativo dos programas culturais. Suas obras de recorte de papel trouxeram lágrimas à sua mãe quando ele a presenteou. Agora André é um dos melhores falantes de mandarim na escola.

Além disso, Qiao ajudou a tornar o jovem Guilherme Santos, de 16 anos, um fã de futebol que pouco lia, em um estudante dedicado ao mandarim. Ela conseguiu convencer o jovem a participar de treinamentos de futebol regulares. E um acampamento de verão na China é possível, se ele passar no exame de mandarim HSK de nível 2.

O êxito alcançado encorajou Qiao a projetar mais planos para os alunos, como possíveis estudos na China. “Espero vê-los como enviados culturais e amigos da China”, disse a professora, que em 2014 recebeu uma medalha por sua contribuição para o intercâmbio cultural entre a China e o Brasil.

Fonte: Agência Brasil