A fábrica de fécula modular, adquirida pela Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror) em 2007, com recursos federais, mas que nunca chegou a funcionar deve, enfim, iniciar suas atividades. Quarta-feira (28), os envolvidos com o projeto, empresários, representantes da Agência de Fomento do Estado (Afeam), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), estiveram reunidos na sede da Secretaria, no bairro Japiim, Zona Sul de Manaus, com o secretário da pasta, José Aparecido dos Santos, o secretário Executivo, Alexandre Araújo e o secretário de Políticas Agropecuárias e Florestais (Seapaf), Fernando Vieira, para verificar a possibilidade de uma parceria público-privada a fim de ativar a fecularia.
Na reunião, o secretário Aparecido dos Santos confirmou todo o apoio necessário do Sistema Sepror para firmar a parceria com a finalidade de implantar a fábrica, que será pioneira e servirá de exemplo para iniciativas similares. “O setor primário é a melhor alternativa para o Amazonas, por isso da nossa parte temos disposição para fazer”, garantiu.
O prefeito de Manacapuru, Beto Dângelo, também garantiu apoio à iniciativa. “Eu acredito muito na parceria público-privada e também acredito muito no setor primário como uma saída para o município de Manacapuru, que abraça esse projeto de geração de emprego e renda”, concluiu o prefeito.
O engenheiro mecânico da Seapaf/Sepror, Benjamim Mafra, acompanha o projeto desde o início e conta que fábrica precisava de um local com terras firmes e de profundidade, o que não foi encontrado em Manaquiri, pra onde a fábrica foi destinada no projeto inicial. “Ela estava num local que não era adequado. E aí pensamos em Manacapuru, onde encontramos um lugar ideal”, afirmou.
Pesquisa e Tecnologia
“Temos empresário querendo investir, incentivo do governo, da prefeitura, agora temos que ter plantação. Precisamos incentivar o plantio de mandioca com áreas mecanizadas”, afirmou o secretário da Seapaf, Fernando Vieira.
De acordo com o supervisor do setor de Implantação de Tecnologias da Embrapa, Raimundo Rocha, existe uma demanda de fécula reprimida no Estado. “Só para atender ao Pólo Industrial de Manaus é preciso ter de 40 a 50 mil hectares de mandioca mecanizados”, explicou.
Para o pesquisador aí está o papel principal da Embrapa: na pesquisa e tecnologia. “Existe viabilidade econômica, o que é muito importante para que o produtor tenha garantia de negócio, mas é importante o papel da Embrapa para aumentar a produtividade e reduzir o esforço do produtor por hectare” garantiu Rocha.
Assim que entrar em funcionamento, a fábrica vai demandar 500 hectares de plantio de mandioca mecanizados, segundo o empresário Carlos Kimak, que saiu da reunião otimista. “Esta reunião foi ótima, nunca vi tanta gente envolvida com o projeto. Assim que implantada, a fábrica terá capacidade de produzir 25 toneladas por dia, mas ela é modular, poderá aumentar a capacidade e assim, em escala, termos preço para comercialização”, garantiu Kimak.
Na quinta-feira (1º/03), o grupo de trabalho destacado para a implantação da fecularia foi à Manacapuru visitar as instalações da fábrica.
Fécula – A fécula é um amido extraído das raízes de tubérculos, como a mandioca. Também conhecida como goma ou polvilho, a fécula da mandioca tem inúmeras utilizações por diferentes indústrias como a alimentícia, a farmacêutica, e a têxtil.
Como importante matéria-prima de mais de 600 produtos, que vão além do uso na culinária e na produção de farinhas, a fécula tem despertado o interesse da pesquisa e do setor industrial, para o desenvolvimento de novos produtos com a utilização do amido da mandioca na sua composição.