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Vasectomia pode ser revertida cirurgicamente, garante especialista

A cirurgia, considerada minimamente invasiva, consiste na realização de um corte na bolsa testicular, para a interrupção da passagem dos espermatozoides

De acordo com o Dr. Giuseppe Figliuolo, a cirurgia, considerada minimamente invasiva (Foto: Divulgação)

Manaus – Considerado um dos métodos contraceptivos para a população masculina, a vasectomia é um procedimento seguro e rápido, mas que envolve inúmeros mitos e dúvidas. Se um indivíduo opta pela realização da cirurgia, de modo a evitar uma gravidez indesejada da parceira, mas tempos depois, decide por ser pai, o processo pode, na maioria das vezes, ser revertido, desde o homem atenda a alguns critérios específicos, explica o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Prof. Dr. Giuseppe Figliuolo.

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De acordo com ele, a cirurgia, considerada minimamente invasiva, consiste na realização de um corte na bolsa testicular, para a interrupção da passagem dos espermatozoides (gametas masculinos), durante a ereção. “Há quem pense que esse tipo de cirurgia pode ocasionar impotência sexual. Mas, não há relação direta, já que os nervos e vasos sanguíneos, os quais são responsáveis pela ereção peniana, não são afetados. Além disso, a produção de sêmen continua ativa, o que garante a ejaculação”, explicou Figliuolo.

Os cortes durante a abordagem são de três a cinco centímetros e a alta hospitalar ocorre, geralmente, no mesmo dia ou no dia seguinte, sem maiores complicações.

Nos casos de homens que foram submetidos ao procedimento, mas decidiram pela reversão, a abordagem é mais complexa, mas surte resultados satisfatórios. “Nesses casos, é feita a religação desses canais por onde saem os espermatozoides. A maior parte das reversões dá certo, mas, há um percentual menor que não obtém sucesso, devido a vários fatores influenciadores. Tudo depende do quadro clínico do paciente, idade, do tipo de abordagem realizada anteriormente, se o corte na primeira cirurgia foi muito extenso, quais os danos causados ao tecido da região, etc”, destacou o especialista.

Passagem dos espermatozoides (Foto: Divulgação)

Com a religação dos chamados ductos do canal deferente, as chances de o indivíduo conseguir engravidar a parceira são de 70% ou mais, caso a reversão seja feita até quatro anos após a vasectomia. “Quanto mais tempo demorar, menores são as chances. Se ocorrer dez anos após a vasectomia, as chances são reduzidas para 30% ou 40% Lembrando que esse fator, associado à idade do homem, podem reduzir ainda mais as possibilidades de uma gravidez da parceira. Indivíduos com mais de 45 anos, têm menos chances e assim por diante”, destacou Figliuolo.

De acordo com ele, o primeiro passo é procurar um urologista para uma avaliação clínica, realizar exames como os de imagem, por exemplo, entre outros. “A condição clínica da parceira e a idade, também influenciam no processo. O ideal, caso o casal deseje engravidar, é que haja um acompanhamento também da parceira, por uma ginecologista”, reforçou o médico.

*Com informações da assessoria